Pular para o conteúdo principal

Manoela Mitchell e Romero Rodrigues debatem sobre a jornada de fundraising no Brasil

Startupi

Manoela Mitchell e Romero Rodrigues debatem sobre a jornada de fundraising no Brasil

No último dia 27, durante o evento VC Café organizado pela Bossa Invest que aconteceu no Google for Startups Campus, dezenas de startups e representantes de fundos se reuniram para discutir os intricados processos de fundraising. O painel, intitulado “Desmistificando a Jornada do Fundraising”, teve a participação de Manoela Mitchell, fundadora da Pipo Saúde e Romero Rodrigues, manager partner da Headline Global, em papo moderado por Felipe Caezar, fundador da Hub Local.

A essência do painel girou em torno dos principais pontos de atenção para fundadores na hora de buscarem um cheque, e um deles é a importância de contar uma história envolvente durante o processo de captação de recursos. Manoela Mitchell destacou a função crucial do líder de fundraising como um “storyteller”. Ela enfatizou a necessidade de compreender as expectativas dos investidores e adaptar a narrativa de acordo. “Você não pode contar a história que você quer, porque o fundraising não é sobre você, mas sobre o fundo que investe também”, afirma.

Acesse aqui e responda ao Censo Investidores 2023! Queremos ouvir você!

Romero Rodrigues, cofundador do Buscapé – um dos primeiros cases de sucesso de startup no Brasil – acrescentou um ponto fundamental, alertando que é comum os fundadores fazerem pitches complexos e pouco compreensíveis. Ele enfatizou a importância de explicar o negócio de forma simples e direta. Para ele, o investidor avalia não apenas a proposta de negócio, mas também a personalidade dos fundadores e a dinâmica da equipe. A clareza na apresentação é crucial para obter o apoio financeiro necessário. “O investidor avalia uma série de coisas na hora de assinar o cheque, como a personalidade dos fundadores e a dinâmica do time, e esse polimento muitas vezes falta.”

Os desafios do fundraising

Os participantes também compartilharam experiências de situações desafiadoras e “red flags” que já presenciaram ao longo de suas jornadas no mundo do investimento. Manoela Mitchell, que em 2021 levantou uma rodada de R$ 100 milhões liderada pela Thrive Capital, comparou a captação de recursos a “furar um poço de petróleo”, enfatizando a importância de encontrar a fonte certa de financiamento. “Se você não tem certeza de que esse poço é o que vai te dar o retorno esperado, de repente é a hora de considerar outras formas de levantar capital além do VC”, diz.

Romero Rodrigues trouxe à tona um exemplo do início da história do Buscapé, destacando a necessidade de estratégia e visão de longo prazo na captação de recursos. “Em 2000, levantamos US$ 3 milhões para investirmos em marketing em grandes mídias, para aumentarmos em 10 vezes nossa base de clientes. Mas aumentar a base de clientes não significa que nosso valuation aumentaria em 10 vezes também. A conta não funciona desse jeito”, lembra.

No que diz respeito à preparação para a captação de rodadas, os participantes foram unânimes ao enfatizar a importância do planejamento. Manoela Mitchell aconselhou pelo menos três meses de trabalho intenso do CEO e do CFO da startup, preparando materiais essenciais, como o pitch, Q&A e o data room. Ela enfatizou que entrar em uma rodada sem um data room preparado pode prejudicar as chances de sucesso.

Romero considera uma “estratégia rasa” a de fundadores que parecem estar há longos períodos de tempo em fundraising. Para ele, os fundadores precisam entender a necessidade de se preparar para receber um investimento da mesma forma que se estaria para um processo de M&A. Ele enfatizou que a preparação é um investimento valioso e que os empreendedores não têm nada a perder ao se dedicarem a esse processo com seriedade. “Antes de se ir bater na porta dos fundos, saiba quem são os seus preferidos, faça a diligência para conhecer a tese desses fundos, converse com fundadores que já receberam cheques deles”, completa.


Acesse aqui e saiba como você e o Startupi podem se tornar parceiros para impulsionar seus esforços de comunicação. Startupi – Jornalismo para quem lidera a inovação.

O post Manoela Mitchell e Romero Rodrigues debatem sobre a jornada de fundraising no Brasil aparece primeiro em Startupi e foi escrito por Marystela Barbosa



Continue Lendo: Startupi / https://startupi.com.br/manoela-mitchell-e-romero-rodrigues-fundraising/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=manoela-mitchell-e-romero-rodrigues-fundraising

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Banco digital fundado por Carlinhos Maia permite que pessoas sejam sócias por R$ 10

Startupi Banco digital fundado por Carlinhos Maia permite que pessoas sejam sócias por R$ 10 Desde 15 dezembro de 2022, qualquer pessoa com R$ 10 pode se tornar dona de um digital bank e ser sócia do comunicador Carlinhos Maia. O Girabank , criado este ano pelo influenciador e empresário, abrirá “cotas” para sócios em uma captação pública na plataforma DIVI•hub. A meta é levantar R$ 10 milhões no banco digital e acelerar a criação e melhoria dos produtos financeiros oferecidos pela instituição. Todo o processo será realizado pela DIVI•hub, app de investimentos focado na negociação de ativos compartilhados e homologado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A Raketo Venture Market foi a responsável pela seleção desta oportunidade de investimento. “Nossa missão é ajudar startups e investidores a evoluírem juntos. Confiamos muito no potencial do Girabank”, afirma Fred Santoro, CEO da RAKETO . A captação funcionará no modelo equity, cedendo 2,55% dos lucros apurados para os novos

Logística verde: como reduzir impactos ambientais na sua operação?

Startupi Logística verde: como reduzir impactos ambientais na sua operação? * Por Caio Reina A sustentabilidade tem sido um tema cada vez mais discutida, especialmente à medida que os impactos das atividades humanas são sentidos na natureza e na qualidade de vida das pessoas. Para as empresas, a implementação de práticas mais sustentáveis está se tornando prioridade, já que as marcas que são percebidas como conscientes do ponto de vista ambiental e social tendem a ter uma reputação melhor entre os consumidores e a sociedade, o que pode resultar em maior fidelidade do cliente e em um melhor posicionamento de mercado. Dessa forma, a logística verde tem ganhado mais espaço. O termo se refere ao grupo de políticas e medidas destinadas a reduzir o impacto ambiental causado pelo setor logístico em geral. É um tema de extrema relevância para o progresso do setor.  Pensando nisso, separei algumas dicas de como garantir uma logística mais sustentável e, ao mesmo tempo, eficiente para as

78% das empresas B2B usam ferramentas digitais, afirma estudo

Startupi 78% das empresas B2B usam ferramentas digitais, afirma estudo 78% das empresas B2B utilizam soluções digitais dentro da sua rotina operacional em 2023. Tal número representa um crescimento de 5% em comparação com o resultado obtido na primeira edição da pesquisa idealizada pela Ploomes , em parceria com a Opinion Box , realizada no ano anterior. A pesquisa contou com a participação de 638 profissionais de companhias brasileiras B2B, de diferentes segmentos de atuação. Acesse aqui e responda ao Censo Investidores 2023! Queremos ouvir você! O levantamento indicou ainda que 75% das corporações do país se tornaram mais digitais em 2023, ano que marca de forma definitiva o fim da pandemia. O índice é 7% superior ao de 2022. De acordo com Matheus Pagani, CEO e cofundador da Ploomes , os números apresentados pela nova edição do estudo confirmam que o movimento de digitalização corporativa realmente se consolidou. “O que o mercado viveu entre 2020 e 2022 foi um período de enorme