Pular para o conteúdo principal

3 erros fatais dos investidores preguiçosos

3 erros fatais dos investidores preguiçosos

Em 2019 iremos comemorar  o aniversário de 25 anos do Plano Real e, com ele, a profunda mudança na economia do dia a dia e, como consequência, no acesso dos pequenos poupadores a modalidades de investimento antes restritas a grandes investidores e gente com muito dinheiro.

Se no passado investir era sinônimo de ter dinheiro na poupança, comprar imóveis e aplicar no “overnight”, hoje há um cardápio muito maior e de melhor de qualidade. Investidores de perfis diferentes hoje possuem opções de investimento adequadas e ajustadas ao seu grau de aversão ao risco.

3 erros fatais dos investidores preguiçosos

Algumas pessoas ainda vivem ancoradas nos modos de cuidar e investir seu dinheiro de décadas atrás, mantendo, por exemplo, muito dinheiro na caderneta de poupança. Investem no conhecido buscando segurança e confiança, mas perdem chances de aumentar seus ganhos.

Erros assim são comuns e geralmente cometidos por investidores preguiçosos, como “carinhosamente” chamo aqueles que preferem investir sem atualizar seus conhecimentos e buscar novas alternativas melhores e mais rentáveis. A boa notícia é que esses erros podem ser evitados.

Separei três erros comuns de investidores preguiçosos que devemos evitar. Vejamos:

Erro 1: Investir somente no banco onde possui conta corrente

Vivemos, para o bem e para o mal, em um país em que a cultura do relacionamento bancário é muito forte. A figura do gerente bancário tem um peso muito grande nas decisões de investimento e consumo de uma enorme parcela de brasileiros, o que faz com que muitos investidores optem por produtos financeiros da própria instituição.

Não estou dizendo que os grandes bancos de varejo não oferecem investimentos interessantes e vantajosos. Ocorre que nem sempre os clientes são direcionados para estas melhores opções ou mesmo não possuem o perfil adequado para isso (valor necessário para o aporte mínimo, histórico etc.).

O fato é que bancos médios, butiques de investimento e corretoras oferecem opções de investimento semelhantes (com mesmo risco e garantias), porém com rentabilidades melhores e aportes iniciais menores. Isso sem contar na oferta de investimentos que o varejo tradicional prefere “esconder” de seu cliente, caso do Tesouro Direto.

Recorro ao exemplo de um investimento que gosto bastante: a Letra de Crédito Imobiliário (LCI). Isenta de Imposto de Renda, esta aplicação oferece segurança e rentabilidade atrelada ao CDI.

Você pode pesquisar a diferença no retorno de outros investimentos, como CDB, e também prestar atenção nos custos dos fundos de investimentos. Nos grandes bancos as taxas costumam ser mais elevadas, o que impacta bastante a rentabilidade.

Pense que mudar parte de seus investimentos para outra instituição pode garantir melhores rentabilidades e maior patrimônio ao longo do tempo. Tudo o que você precisa fazer é deixar a preguiça de lado, preencher o cadastro, transferir o dinheiro e começar a investir.

Erro 2: Investir apenas em produtos conservadores

Se investir apenas em opções tradicionais (poupança e imóveis), como eu disse no começo do texto, é um erro perigoso, investir sempre de forma conservadora também é. Eu acredito que investidores que possuem objetivos e horizontes de investimento de pelo menos 10 anos devem destinar uma pequena parte de seu capital para investimentos mais arrojados.

Muitos argumentarão, com razão, que diante de uma economia com juros tão elevados e que paga tanto na renda fixa, arriscar seria um disparate. Concordo, mas o que vejo na prática são pessoas mantendo dinheiro de médio e longo prazo na caderneta e em fundos de renda fixa com elevadas taxas de administração. Isso não é ser conservador com rentabilidade, é ser burro.

É hora de aprender sobre títulos públicos indexados à inflação, LCI, investimento em fundos multimercado, Fundo de Investimento Imobiliário (FII) e Fundos de Índice (ETF). Existe hoje no Brasil um número interessante de opções de investimento focadas no pequeno investidor capazes de oferecer retornos melhores que as velhas escolhas do passado.

Erro 3: Investir seguindo dicas ou mirando promessas

A Internet elevou a pressa e a ansiedade a níveis antes desconhecidos. Qualquer um que faz uma consulta médica ou que deseja saber como se livrar de um determinado problema logo corre para a Internet e pesquisa, lê e encontra, em um intervalo de poucos minutos, diversas opiniões e matérias.

Leve essa realidade para os investimentos e temos um problema sério: quando muita gente busca dicas e oportunidades mirabolantes de investimento, adivinha o que acontece? Aparecem diversos “gurus”, picaretas e produtos prometendo justamente informações quentes, dicas fortíssimas e chances fantásticas de ganhar muito dinheiro, e rápido. Nem preciso dizer que a esmagadora maioria desse material não presta, certo?

Investir é um processo que precisa ser baseado em objetivos realistas, gerando assim uma estratégia de investimentos que faça sentido para o perfil do investir, seu grau de aversão ao risco e horizonte de aplicação (curto, médio e longo prazo).

Portanto, evite participar de muitos fóruns sobre investimentos, cuidado com as empresas que oferecem investimentos com retornos impressionantes (lembre-se sempre que Warren Buffett não investiria neste tipo de coisa), não acredite tão cegamente nas propostas milionárias de eBooks e pseudo-especialistas do mundo digital e suas armadilhas e trabalhe muito bem as suas expectativas.

Tenha em mente que se você não sabe o que quer, toda e qualquer boa informação e sugestão de investimento poderá ser confundida com ofertas picaretas. É preciso investir para realizar objetivos e não para mirar em promessas. Para evitar essa tentação, estude e informe-se com gente de confiança e sempre forme sua própria opinião antes de dar um novo passo.

Sugiro uma leitura sobre promessas e dinheiro fácil (clique para ler): Dinheiro fácil? Desconfie das promessas de enriquecimento rápido.

Conclusão

Muitos investidores estão habituados a agir segundo sua própria cartilha, sem se dar conta de que ela está ultrapassada e oferecendo rentabilidades aquém das encontradas em produtos antes inexistentes ou inacessíveis.

Ao chamar de investidores preguiçosos aqueles que cometem os erros demonstrados neste texto, eu quis apenas ressaltar uma característica do ser humano em geral: nós nos acomodamos com facilidade. É como se a zona de conforto fosse aconchegante demais para exigir de nós uma postura de mais interesse. É bem por ai.

Encerro o artigo com uma sugestão: faça uma avaliação criteriosa de sua atual carteira de investimentos, sua exposição ao risco, estratégia e, principalmente, rentabilidade. Ao encontrar e compreender novas opções de investimento igualmente interessantes, seguras e com retorno maior, deixe a preguiça de lado e mude!

Espero que o texto tenha trazido uma reflexão inteligente sobre as possibilidades de investir melhor seu dinheiro. Obrigado e até a próxima.

------ Este artigo foi escrito por Conrado Navarro. Este artigo apareceu originalmente no site Dinheirama.A reprodução deste texto só pode ser realizada mediante expressa autorização de seu autor. Para falar conosco, use nosso formulário de contato. Siga-nos no Twitter: @Dinheirama



Fonte: Dinheirama

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Mulheres que inspiram outras mulheres

Startupi Mulheres que inspiram outras mulheres A participação de mulheres no mercado automotivo tem avançado, refletindo mudanças estruturais em setores historicamente dominados por homens. A Kavak , plataforma de compra e venda de veículos seminovos, tem investido na ampliação da diversidade, promovendo maior inclusão em diferentes áreas da empresa. Atualmente, 35% dos colaboradores são mulheres, com 13% delas atuando em funções operacionais, como mecânica, detalhamento e logística. Mariana Uzuelli , head de pessoas da Kavak Brasil , destaca que a diversidade impulsiona inovação e crescimento organizacional. “A presença feminina fortalece a cultura da empresa, além de inspirar novas gerações a ocuparem esses espaços”, afirma. Entre os exemplos de profissionais que se destacam, está Daiely Souza , encarregada mecânica , promovida após três anos na companhia. Trabalhando diretamente na manutenção dos veículos, ela é uma das responsáveis pelo funcionamento do maior...

Desafios das adtechs para 2025

Startupi Desafios das adtechs para 2025 O mercado de publicidade digital passa por transformações significativas, exigindo adaptação das adtechs a novas regulamentações, avanço tecnológico e mudanças no comportamento do consumidor. Em 2025, a privacidade de dados, a integração de informações e o uso de inteligência artificial estão entre os principais focos do setor. Segundo Paula Freir , Sales Director da Siprocal , empresa especializada em soluções para publicidade digital, os desafios incluem novas estratégias para segmentação de audiência e mensuração de resultados. A eliminação dos cookies de terceiros obriga as empresas a adotarem estratégias alternativas para a coleta de dados. O uso de first-party data , integração com publishers e soluções como household sync despontam como opções viáveis para manutenção da eficiência das campanhas. Com o avanço das plataformas digitais, as adtechs precisam adaptar soluções para suportar novos formatos de anúncios e in...

A tokenização das finanças representa avanço na digitalização de ativos financeiros

Startupi A tokenização das finanças representa avanço na digitalização de ativos financeiros *Por João Fraga Primeiro, precisamos esclarecer que o Drex não veio para substituir o Pix. Pelo contrário, o Drex é uma moeda digital que faz parte da família deste. Conforme a leitura dos marketeiros do Banco Central, o “x” sinaliza um futuro que está associado à tecnologia, cujo acrônimo significa Digital Real Eletronic X. Este não é um meio de pagamento. E, sim, uma plataforma por meio da qual se realizam operações em grande escala como a aquisição de automóveis e a compra e venda de imóveis.  Ele é o real em sua forma digitalizada. Por este meio, mantém-se toda a confiabilidade e estabilidade da moeda. Entretanto, nesta versão digital, não existe uma cédula impressa. Esta é a própria moeda disponível em uma plataforma eletrônica, que vai ser controlada pelo Banco Central. As informações referentes ao dinheiro não ficam em um único computador, mas em uma rede que disponibi...