Agora você confere as principais notícias de 01/03/2019, sexta-feira.
Bolsonaro sinaliza concessões em reforma da Previdência, e Bolsa recua
A sinalização do presidente Jair Bolsonaro (PSL) de que apoia mudanças na proposta de reforma da Previdência apenas uma semana após sua apresentação ao Congresso ajudou a azedar o dia que já vinha marcado por notícias negativas para a economia do país.
O resultado foi um tombo de quase 2% da Bolsa brasileira no último pregão de fevereiro, consolidando o mês negativo do mercado. O dólar avançou nesta quinta-feira.
Em conversa com grupo restrito de jornalistas, Bolsonaro afirmou que poderá reduzir para 60 anos a idade mínima de aposentadoria de mulheres, ante os 62 propostos na PEC (Proposta de Emenda à Constituição) entregue ao Congresso na semana passada.
O problema, para o mercado financeiro, é que esse era um ponto fora do radar de questionamentos. Nesta primeira semana de debates públicos, as críticas se centraram principalmente no pagamento feito a idosos muito pobres (o BPC, Benefício de Prestação Continuada), que poderá ser menor que um salário mínimo, e na exigência de contribuição mínima para a aposentadoria rural.
Na mesma conversa ele admitiu fazer concessões no BPC.
À agência de notícias Reuters, um gestor do Rio de Janeiro que preferiu não se identificar resumiu: “Não precisava ter feito esse comentário. Ninguém estava pressionando neste ponto da idade mínima.”
“A Previdência mexe com os ânimos. Em dia de notícia boa, os mercados vão reagir bem. Em dia de notícia ruim, vão reagir mal”, diz Alvaro Bandeira, economista-chefe da Modalmais.
Essa é apenas uma primeira amostra de como será o reflexo sobre o mercado das discussões da reforma nos próximos meses, turbulência que investidores afirmam estar preparados para enfrentar.
Mas o dia teve ainda um pacote de notícias econômicas negativas, que mostram a dificuldade de recuperação da economia brasileira.
O PIB (Produto Interno Bruto) avançou 1,1% em 2018, resultado abaixo das estimativas. Além de decepcionante para o mercado, indica que o final do ano passado foi pior que o esperado, especialmente pela ótica de investimentos, diz Bandeira.
E o começo de 2019 se desenha igualmente fraco, quando analisados os dados de emprego.
Mourão: Na reforma dos militares tudo é negociado
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, afirmou que “tudo é negociável” nas discussões sobre o novo regime previdenciário das Forças Armadas. Entretanto, destacou a importância da integralidade e da paridade, afirmando que a categoria, além de ser mal remunerada se comparada a outras carreiras de Estado, também sofre com o “trauma” de uma medida provisória de 2001 (MP 2215/2001) que eliminou benefícios sem uma regra de transição.
“O pessoal mais novo, que está na ativa hoje, olha (e pensa) ‘será que vamos perder tudo de novo'”?, disse, em entrevista à GloboNews na noite desta quarta-feira (27).
Ainda de acordo com Mourão, o projeto dos militares vai mexer em cinco leis, como as que estabelecem as promoções de oficiais e praças. “Os militares vão aumentar o tempo de serviço na ativa, haverá um pagamento das pensionistas, dos cadetes, dos soldados que são engajados e não pagam, e vai haver aumento progressivo da alíquota que é descontada hoje para pensão dos militares”, acrescentou.
Sobre a reforma geral da Previdência, o vice-presidente afirmou que o governo federal precisa realizar esforços de comunicação para convencer tanto o Legislativo quanto a sociedade da necessidade do projeto.
Abaixo do esperado, PIB repete em 2018 resultado de ano anterior e cresce 1,1%
O Produto Interno Bruto (PIB) da economia brasileira cresceu 1,1% no ano de 2018, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e somou R$ 6,8 trilhões. No quarto trimestre, o crescimento foi de 0,1% em comparação com o trimestre imediatamente anterior do ano passado. A alta anual leva a atividade econômica ao mesmo patamar do primeiro semestre de 2012, mas o PIB ainda encontra-se 5,1% abaixo do pico alcançado no primeiro semestre de 2014.
Segundo economistas, a atividade econômica no País não ganhou tração e teve um desempenho igual ao de 2017, quando avançou 1,1%. Eles citam que efeitos pontuais, como as eleições e a greve dos caminhoneiros, prejudicaram o crescimento no ano, mas também avaliam que a limitada recuperação do mercado de trabalho impediu que a atividade econômica ganhasse força.
“A taxa do PIB foi igualzinha à de 2017, mas a composição da taxa foi diferente”, ressaltou Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE. “Em 2017, o crescimento foi muito ancorado nos serviços e na agropecuária. A agropecuária teve a maior taxa de crescimento da série histórica, 12,5%, na esteira da safra recorde de grãos. E este ano (o PIB da agropecuária) ficou em apenas 0,1%. Então, apesar de a agropecuária não ter um peso tão grande na economia, essa diferença de taxa faz muita diferença”, afirmou a pesquisadora.
Segundo ela, a maior parte da compensação em 2018 pelo não crescimento da agropecuária veio do setor de serviços, que responde por mais de 70% do PIB brasileiro. O PIB de serviços passou de um avanço de 0,5% em 2017 para aumento de 1,3% em 2018.
“O crescimento de 2017 foi ancorado nos serviços e na agropecuária. E no ano passado foi ancorado na indústria e nos serviços”, reforçou. O PIB da indústria passou de uma queda de 0,5% em 2017 para um avanço de 0,6% em 2018.
Em relação a 2018, economistas também ressaltam a diferença entre a expectativa de crescimento no início do ano, quando o Relatório de Mercado Focus, que reúne previsões semanais do mercado financeiro para a economia, chegou estimar um avanço de 2,92% e o crescimento de 1,1% divulgado na quinta-feira (28).
O resultado anual ficou no piso das expectativas coletadas por 48 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast. As casas previam um crescimento que variava de 1,1% a 1,35%, com mediana de 1,20%.
No quarto trimestre do ano passado, ainda que alguma desaceleração do PIB fosse esperada depois de um terceiro trimestre atípico, com a reversão dos danos da greve dos caminhoneiros e efeitos da liberação do PIS/Pasep, o desempenho efetivo da atividade no fim do ano ficou aquém do previsto pelos economistas, principalmente diante do avanço dos indicadores de confiança. Essa fraqueza do quarto trimestre acende um alerta para o ritmo de crescimento no começo de 2019, segundo economistas.
O avanço de 0,1% no último trimestre do ano ficou dentro das estimativas coletadas pelo Projeções Broadcast, que previam um recuo de 0,20% a um avanço de 0,36%, com mediana positiva de 0,1%.
Sem acordo, cúpula dos EUA com Coreia do Norte é encurtada
A cúpula entre Estados Unidos e Coreia do Norte para tratar do programa nuclear do país asiático foi encurtada porque os dois lados não chegaram a um acordo sobre a retirada de sanções impostas pelos EUA, informou a Casa Branca na quinta-feira (28).
O encontro entre o presidente Donald Trump e o ditador Kim Jong-un, em Hanói, no Vietnã, terminou mais cedo do que o previsto pelo cronograma original, que incluía a assinatura de um acordo às 14h (horário local, 4h em Brasília) e uma entrevista do presidente americano logo a seguir.
Às 13h30, no entanto, o comboio que acompanhava o presidente americano foi visto deixando o hotel Metropole, onde a cúpula estava acontecendo.
Em coletiva iniciada às 14h15, Trump afirmou que os dois lados têm uma visão mais próxima do que há um ano, mas que algumas divergências persistem, em especial sobre a área que a Coreia do Norte quer desnuclearizar e sobre as sanções impostas pelos Estados Unidos ao país asiático.
“Basicamente eles queriam as sanções levantadas inteiramente, e nós não podíamos fazer isso”, afirmou o republicano, que acrescentou que as medidas continuam em vigor.
Trump afirmou não ter aberto mão de nenhuma condição. “Eles queriam desnuclearizar uma grande parte de áreas que nós queríamos, mas nós não podíamos levantar as sanções por isso”, disse. “Ele quer fazer isso em áreas que são menos importantes do que as que nós queremos.”
Mais tarde, o chanceler norte-coreano, Ri Yong-ho, afirmou que Pyongyang havia oferecido o desmantelamento permanente de toda a produção de material nuclear, incluindo plutônio e urânio, com observação da ONU. Ele qualificou a oferta de “realista”.
Ele contradisse declaração de Trump e afirmou que seu país pediu o levantamento parcial e não total das sanções.
O presidente disse que o Kim propôs fechar uma instalação de armas em troca de retirada completa das sanções. Os negociadores americanos, porém, levantaram alguns pontos e exigiram mais ações do regime norte-coreano, segundo Trump.
O republicano afirmou ainda que quer “muito” retirar as sanções para ajudar no crescimento econômico norte-coreano. De acordo com ele, o Kim prometeu não fazer futuros testes nucleares ou de foguetes.
Trump qualificou ainda os encontros com Kim de “interessantes e produtivos”, mas disse que os Estados Unidos decidiram não fechar nada para não assinar um acordo que fosse ruim.
“Não era bom assinar algo agora. Nós tínhamos algumas opções, e, neste momento, decidimos não usar nenhuma delas”, disse. O presidente não quis dizer quando uma próxima cúpula vai acontecer.
Ele disse ter se despedido de Kim com aperto de mãos e que a relação de ambos é “forte”.
Pouco antes da coletiva, a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, havia confirmado o encurtamento da cúpula pelo fracasso em alcançar um acordo, mas disse que os dois lados “buscam se encontrar no futuro”, escreveu em comunicado.
Ela afirmou que Trump e Kim tiveram reuniões “muito boas e construtivas” e que discutiram várias maneiras de avançar na desnuclearização. Falaram ainda sobre questões econômicas.
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------ Este artigo foi escrito por Redação Dinheirama. Este artigo apareceu originalmente no site Dinheirama.A reprodução deste texto só pode ser realizada mediante expressa autorização de seu autor. Para falar conosco, use nosso formulário de contato. Siga-nos no Twitter: @Dinheirama
Fonte: Dinheirama
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