Agora você confere as principais notícias de 30/03/2019, sábado.
Desemprego sobe para 12,4%, e população subutilizada é recorde
A taxa de desemprego no Brasil fechou em 12,4% nos três meses até fevereiro, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na sexta-feira (29).
O percentual está acima dos 11,6% registrados nos três meses até novembro. Os números divulgados na sexta representam a entrada de 892 mil pessoas na condição de desocupação, totalizando 13,1 milhões de trabalhadores nessa situação no país.
“Metade dessa perda ocorreu no setor privado e a outra parte no setor público. No privado, veio da indústria e construção; no público, principalmente de atividades voltadas para a educação. Isso é normal acontecer no início do ano”, afirmou o coordenador de trabalho e rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.
No período até fevereiro, a população subutilizada –grupo que inclui desocupados, quem trabalha menos de 40 horas semanais e os disponíveis para trabalhar, mas que não conseguem procurar emprego– chegou ao pico da série, iniciada em 2012, ao atingir 27,9 milhões de pessoas.
Outro recorde foi o número de pessoas desalentadas –aquelas que desistem de procurar emprego. Nesses três meses, 4,9 milhões de brasileiros se encontravam nessa condição.
Lava Jato denuncia Temer por corrupção, peculato e lavagem de dinheiro
O Ministério Público Federal, no Rio, denunciou criminalmente o ex-presidente Michel Temer (MDB), o ex-ministro Moreira Franco (Minas e Energia) e outros investigados por supostos desvios de R$ 18 milhões nas obras da usina nuclear de Angra 3. Temer e Moreira são alvo da Operação Descontaminação – desdobramento da Lava Jato.
A Procuradoria da República apresentou duas acusações formais contra Michel Temer. Uma por corrupção e lavagem de dinheiro e outra por peculato e lavagem de dinheiro.
Foram denunciados também o almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, ex-presidente da Eletronuclear, e suas filhas Ana Cristina da Silva Toniolo e Ana Luiza Barbosa da Silva Bolognani, por evasão de divisas e lavagem de dinheiro, em razão da manutenção em contas no exterior de valores que chegam a 15 milhões de francos suíços (quase R$ 60 milhões). Segundo a Lava Jato, os valores estão relacionados a atividades ilícitas.
Na primeira denúncia, a força-tarefa da Lava Jato aponta que Michel Temer, Moreira Franco, o coronel reformado da Polícia Militar João Baptista Lima Filho, o coronel Lima, Othon Luiz Pinheiro da Silva, Maria Rita Fratezi, José Antunes Sobrinho, Carlos Alberto Costa, Carlos Alberto Costa Filho, Vanderlei de Natale, Carlos Alberto Montenegro Gallo e Carlos Jorge Zimmermann cometeram crimes de corrupção passiva, peculato (apropriação de verbas públicas) e lavagem de dinheiro.
Segundo os procuradores, os crimes envolvem a contratação irregular da empresa finlandesa AF Consult Ltd, da Argeplan e da Engevix para a execução do contrato de engenharia eletromecânico 01 da usina nuclear de Angra 3. Os denunciados teriam se apropriado de quase R$ 11 milhões dos cofres públicos.
A Lava Jato afirma que nesses pagamentos foram realizadas lavagens de dinheiro por meio de pagamentos de empresas como a Construbase Engenharia, que repassava valores para a PDA Projetos, controlada pelo coronel Lima. Os investigadores registram que o beneficiário final era o ex-presidente. O almirante Othon e suas filhas são acusados por ocultação de R$ 60 milhões no exterior.
Na segunda denúncia, Michel Temer, Moreira Franco, coronel Lima, Othon Luiz Pinheiro da Silva, José Antunes Sobrinho, Maria Rita Fratezi, Carlos Alberto Costa, Carlos Alberto Costa Filho e Rodrigo Castro Alves Neves respondem pela contratação fictícia com a empresa Alumi Publicidades, como forma de dissimular o pagamento de propina de cerca de R$ 1,1 milhão.
As denúncias serão analisadas pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio, que mandou prender Michel Temer, Moreira Franco e outros oito alvos da Descontaminação. Se o magistrado aceitar as acusações, o ex-presidente responderá a ações perante a Justiça Federal fluminense.
Ala militar quer tenente-brigadeiro no comando do MEC
Com o enfraquecimento de Ricardo Vélez Rodríguez, o núcleo militar do governo Jair Bolsonaro avalia que a queda do ministro da Educação é questão de tempo e passou a defender que o tenente-brigadeiro Ricardo Machado Vieira assuma o comando da pasta.
O ex-assessor especial do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) foi nomeado para o posto de secretário-executivo do MEC nesta sexta-feira (29) e, na avaliação da cúpula militar, a iniciativa serviu para dar um ultimato a Vélez: se ele não mudar de postura, Bolsonaro tem um nome para substituí-lo.
O militar foi escalado, segundo assessores presidenciais, para reorganizar o ministério, que tem sido criticado por fazer demissões polêmicas, desarticular iniciativas e interromper programas. E também em uma tentativa de enfraquecer o núcleo ideológico próximo ao escritor Olavo de Carvalho.
Na manhã de sexta-feira (29), Bolsonaro e Vélez se reuniram para discutir alterações na pasta. O encontro ocorreu um dia depois de o presidente ter afirmado que Vélez é “novo no assunto” e “não tem tato político”. Na saída de jantar na quinta-feira (29), Bolsonaro não quis responder se o ministro ficará no posto.
Em conversas reservadas, o presidente tem afirmado que só efetuará uma alteração no comando da pasta após seu retorno de viagem a Israel. Ele embarca no sábado (30) e a expectativa é de que só retorne ao Brasil na noite de quarta-feira (3).
A pretensão do núcleo militar, no entanto, tem esbarrado na pressão da bancada evangélica, que, antes mesmo do presidente assumir o mandato, conseguiu barrar a indicação para a vaga do educador Mozart Ramos, do Instituto Ayrton Senna.
Agora, o bloco cristão trabalha pela nomeação do senador Izalci Lucas (PSDB, que esteve na quinta-feira (28) no Palácio do Planalto. O núcleo militar não tem resistência à nomeação do tucano, mas pondera que, assim como Vélez, ele corre o risco de virar refém do campo ideológico.
Março termina com alta do Dólar e Bolsa estável
O dólar termina o mês em alta ao redor de 4%, um reflexo do impacto que a incerteza com o andamento da reforma da Previdência ainda poderá causar sobre os investimentos também nos próximos meses. A Bolsa, que chegou aos 100 mil pontos, termina março praticamente no zero a zero.
“O mercado teve uma baita de uma turbulência e depois aparentemente os caras lá se acertaram. A leitura que se faz é que agora a reforma pode tramitar um pouco mais em paz”, diz Alvaro Bandeira, economista-chefe da Modalmais, em referência à crise política causada por divergências entre o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), Sergio Moro (ministro da Justiça), Paulo Guedes (Economia) e o presidente Jair Bolsonaro (PSL).
Nesta semana, foi escolhido o relator da reforma da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara, que poderá ser votada no dia 14 de abril.
O tema colocaria o andamento da reforma em um ritmo mais parecido com as expectativas de mercado, que conta com a aprovação das novas regras para aposentadoria no segundo semestre deste ano.
O Ibovespa, principal índice acionário do país, terminou o último pregão de março com alta de 1,09%, a 95.414 pontos. O giro financeiro, de R$ 15,3 bilhões, ficou abaixo da média diária do ano, que é de R$ 16,8 bilhões.
Acordo do Brexit é rejeitado pela 3ª vez
Os deputados britânicos rejeitaram pela terceira vez na sexta-feira (29), dia em que o Reino Unido deveria sair da União Europeia (UE), o acordo sobre o Brexit negociado pela primeira-ministra Theresa May, lançando o país em uma incerteza maior, agravando a crise política e ampliando o risco de um Brexit sem acordo no dia 12 de abril.
O acordo de saída foi rejeitado por 344 votos contra 286, provocando uma queda imediata da libra esterlina. A Câmara dos Comuns já tinha rejeitado do texto em duas ocasiões: 15 de janeiro e 12 de março.
Na primeira rejeição histórica ao texto em janeiro, a primeira-ministra conservadora perdeu o voto de 230 deputados, uma derrota sem precedentes na história parlamentar do país. Dois meses depois, May conseguiu reduzir sua desvantagem para 149 votos e, nesta terceira oportunidades, apenas 58.
“Receio que estamos chegando aos limites deste processo nesta Casa”, afirmou May após a votação, que ela descreveu como uma “questão de graves implicações”. “Este governo continuará a pressionar pelo Brexit ordenado que o resultado do referendo exige”, acrescentou.
Ironicamente, a terceira rejeição aconteceu no mesmo dia em que o país teoricamente deveria ter saído da UE, em 29 de março de 2019, quase três anos após o referendo no qual 52% dos britânicos votaram a favor do Brexit.
Diante do bloqueio parlamentar, Londres precisou pedir uma prorrogação aos outros 27 países do bloco. Eles aceitaram com condições: a UE advertiu que se Londres não adotasse o acordo esta semana, não poderia se beneficiar da prorrogação até 22 de maio e deverá apresentar um plano alternativo antes de 12 de abril.
A primeira-ministra terá que voltar a Bruxelas nos próximos dias, após o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, convocar imediatamente uma cúpula extraordinária para o dia 11.
“O cenário de um Brexit sem acordo em 12 de abril agora é um cenário provável”, afirmou uma porta-voz da UE, destacando que os 27 países-membro se preparam para essa eventualidade desde dezembro de 2017. “A UE permanecerá unida”, acrescentou
------ Este artigo foi escrito por Redação Dinheirama. Este artigo apareceu originalmente no site Dinheirama.A reprodução deste texto só pode ser realizada mediante expressa autorização de seu autor. Para falar conosco, use nosso formulário de contato. Siga-nos no Twitter: @Dinheirama
Fonte: Dinheirama
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