Há quem diga que comprar carro parece ser uma decisão cada vez menos frequente, principalmente com a chegada dos serviços de transporte da chamada economia colaborativa e das facilidades (e preços mais acessíveis) do aluguel de carros.
A realidade, no entanto, é diferente desta impressão. Segundo uma pesquisa recente divulgada pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, a Anfavea, 88% dos entrevistados pretende trocar de carro em 2020.
Do total que disse querer trocar de carro, a vasta maioria (80%) procura por um carro usado. Os entrevistados foram escolhidos a partir de usuários de um serviço de anúncios de carros, por isso um percentual tão elevado e que você talvez estranhe. Calma, tem mais.
A consultoria financeira Duff&Phelps entrevistou jovens nascidos entre 1980 e 1996 em toda a América Latina e os números foram ainda mais interessantes: 70% dos jovens ouvidos têm carro; e 92% dos jovens pretendem trocar de carro nos próximos 5 anos.
Você ainda vai trocar de carro. Ou vai comprar seu primeiro carro. Simples assim. Para que esta não seja uma decisão capaz de complicar suas finanças e azedar o planejamento financeiro familiar, é bom se atentar a algumas coisas.
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Vai financiar seu carro usado? Dê uma boa entrada!
Uma das primeiras armadilhas que você pode encontrar é o financiamento com juro zero, que simplesmente não existe. O que existem são alternativas com Custo Efetivo Total (CET) mais em conta, e esse cálculo é obrigatório e você precisa compará-lo em diferentes lojas e instituições financeiras.
O mais importante ao simular e determinar como será o financiamento do carro é a entrada. Quanto maior for o valor dado logo de cara, menor será o saldo devedor. Por consequência disso, os juros pagos serão também mais baixos e a parcela será mais interessante.
Aproveito para deixar uma sugestão neste sentido: ofereça pelo menos 30% do valor do carro como entrada. Idealmente, tente de 40% a 50%. Talvez você ainda não tenha tudo isso, eu entendo. Então que tal juntar dinheiro para ter uma entrada maior? Vale a pena!
A entrada maior não garante apenas melhores condições no pagamento, mas também um aspecto prático essencial depois que você leva o carro embora: paz na hora de pagar as parcelas. O impacto financeiro de parcelas menores fará diferença na hora de curtir e manter o carro, que tem muitas despesas.
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Vai financiar seu carro usado? Comprove sua renda!
O que garante que você será um comprador capaz de honrar os pagamentos das parcelas depois de aceito o financiamento? Seu histórico até o momento da compra e todas as garantias possíveis que você puder apresentar sobre você, sua família e a renda conjunta de todos.
Aqui é importante destacar que quanto mais organizado e bom pagador você for, independente de já ter feito ou não financiamento, melhor. E se você trabalha formalmente ou tem empresa e faz questão de fazer tudo direitinho, não deverá ter problemas.
Não ter a ficha aprovada é um passo que pode ser frustrante para muitos consumidores, mas é importante compreender que as financeiras e os bancos fazem uma análise de risco minuciosa.
Uma entrada maior já é um diferencial enorme porque mostra que você e sua família são capazes de guardar dinheiro, e isso é ótimo. Outra dica: procure uma combinação de entrada e parcelas em que sua renda mensal comprovada seja pelo menos duas vezes maior que os pagamentos mensais.
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Vai financiar seu carro usado? Escolha um veículo mais popular (e barato)!
O carro escolhido também faz diferença na hora de “rodar a ficha” e tentar aprovação no financiamento. Estou me referindo à questão do preço, claro, afinal os veículos mais baratos são mais fáceis para financiar, mas também de marca e modelo.
A questão do preço de compra é relativamente simples e lógica: quanto mais barato o carro, mais fácil comprovar renda suficiente e condições de honrar os compromissos a serem assumidos com o financiamento.
O valor do bem também é fator determinante: as chances de ter o nome aprovado para adquirir um veículo mais popular, com preço de até R$ 40 mil, são maiores. Questão de lógica, afinal, para adquirir um carro mais barato, o consumidor vai contrair uma dívida menor.
Sobre as marcas e modelos, pode ser mais fácil conseguir aprovação para opções populares e de marcas já estabelecidas no país e com muitas concessionárias e peças de reposição. Se o carro desejado for muito “diferente”, isso pode significar custos de manutenção maiores – e por isso maior risco de o cliente não pagar uma ou outra parcela.
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Conclusão
Se em 2019 já percebemos um reaquecimento do mercado de automóveis e veículos em geral, parece que em 2020 muita gente vai colocar em prática o sonho de trocar de carro ou até mesmo comprar seu primeiro usado (aliás, esqueça essa história de seminovo, é usado mesmo).
A escolha do carro precisa ser acompanhada de uma análise mais cuidadosa e profunda envolvendo as alternativas de financiamento, o que muda com entradas maiores e quais serão as despesas novas que surgirão além da parcela depois que você levar o carro para sua garagem.
Comprar seu carro através de um financiamento pode ser uma decisão coerente e equilibrada, mas para isso é essencial que você estude as alternativas, compare o CET de cada carro/loja e sempre respeite sua realidade financeira e o orçamento familiar.
------ Este artigo foi escrito por Conrado Navarro. Este artigo apareceu originalmente no site Dinheirama.A reprodução deste texto só pode ser realizada mediante expressa autorização de seu autor. Para falar conosco, use nosso formulário de contato. Siga-nos no Twitter: @Dinheirama
Fonte: Dinheirama
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