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Como as comunidades startupeiras têm o poder de fortalecer economias regionais

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Como as comunidades startupeiras têm o poder de fortalecer economias regionais

* Por Fabiano Nagamatsu

Uma das partes mais satisfatórias do trabalho como mentor de startups é poder presenciar em primeira mão o poder das comunidades empreendedoras ao redor do país. Participar de eventos em diferentes regiões e mentorar profissionais para alcançar seus objetivos também nos faz crescer como parte desse ciclo virtuoso de aprendizado constante.

O Brasil é uma das poucas nações do globo que apresentam tanta heterogeneidade em sua população e essa é uma característica que tem um grande potencial de nos fortalecer. A lógica é a mesma quando pensamos nas comunidades de empreendedores.

Como fomentadores do ecossistema de inovação nacional, temos sorte de pertencer a um grupo que se empenha com tanto afinco a apoiar uns aos outros. Seja com feedbacks construtivos, apresentações, troca de experiências ou compartilhando oportunidades, a conexão entre diferentes atores do ecossistema é o que temos de mais valioso.

A construção de comunidades engajadas é uma tarefa que demanda bastante empenho mas que surte grandes resultados. Precisamos alcançar nosso público onde ele está. Participei do estabelecimento de várias delas e, no começo, é importante sair do nosso ambiente corporativo e iniciar o diálogo em universidades, para transformar aqueles suados trabalhos de conclusão de cursos (TCCs) em startups.

Além disso, é sempre interessante iniciar uma palestra sobre empreendedorismo em lugares informais como bares e eventos locais. A conversa descontraída pode ser um grande atrativo para incentivar novos talentos a investir seu tempo e trabalho em uma nova empresa.

Uma das principais dores da jornada do empreendedor é sua solidão. Esse sentimento é compartilhado entre todos os profissionais inovadores que têm a coragem de apostar em sua ideia e mergulhar em um terreno de incertezas e alto risco. Por isso, a oportunidade de estar inserido em uma comunidade dinâmica e disposta à troca de conhecimento é tão importante.

Com o tempo e o desenvolvimento de cada comunidade, novos empreendedores já podem retornar como palestrantes para dialogar com quem está começando e falar sobre os desafios enfrentados e os caminhos encontrados para o sucesso.

A cada evento empreendedor que participo, o mundo parece ampliar. A vontade de aprender de jovens profissionais é uma inspiração para continuarmos trabalhando cada vez mais. E o volume de ideias com o potencial de transformar o dia a dia do público consumidor é entusiasmante. Além da diferença de perspectivas entre pessoas vindas de contextos variados, que só enriquece os debates e o conhecimento gerado.

O Sul e o Sudeste do país são as regiões mais desenvolvidas no ambiente de empreendedorismo e inovação, mas ela não está somente nesses polos. Muito pelo contrário: o Norte, Nordeste e Centro-Oeste têm muito a oferecer, cada um deles com suas devidas peculiaridades.

Seu grau de engajamento, é claro, depende da identificação dos empreendedores com suas respectivas comunidades. O quanto estamos dispostos a nos esforçar para criar vínculos, agir como uma família e priorizar a consistência de nosso trabalho conjunto. Participar de uma comunidade não significa autopromoção. É compartilhar sua experiência para que novas empresas possam voar mais alto.

A máxima “errar rápido e aprender rápido” no mundo das startups só vale se o aprendizado é passado para frente. Fortalecer comunidades empreendedoras envolve apoiar o desenvolvimento de negócios inovadores, oferecendo conhecimento e conexão, que permite que elas atuem como seu próprio ecossistema.

Isso faz com que novas empresas cresçam com relevância no mercado, gerando empregos e oportunidades para jovens profissionais. Além dos próprios serviços prestados por elas, que ajudam o consumidor de formas variadas. Essa relação movimenta o capital e aquece a economia regional e, consequentemente, a economia nacional.

Por isso é tão importante nos concentrarmos em desenvolver comunidades regionais. Dessa forma, o Brasil passará a ser reconhecido internacionalmente por nossa potência inovadora e nossa capacidade de resolver problemas, o que nos impulsionará na economia global. Esse é um reconhecimento não só cobiçado mas profundamente merecido para o país que estamos construindo em conjunto.


Fabiano Nagamatsu é cofundador da Osten Moove e mentor de negócios no InovAtiva Brasil, maior programa de aceleração de startups da América Latina, indicado dois anos consecutivos entre os 10 mais influentes em mentoria e investimento do Startup Awards 2019, iniciativa da Abstartups, e finalista como mentor do ano em 2020 e 2021.

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