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Em painel sobre o futuro da humanidade, seria a tecnologia a única discussão necessária?
E quem não tem curiosidade de saber como será o futuro? Esse foi tema de um dos painéis que aconteceram durante o evento realizado na última quarta-feira. Denominado de ‘Festival Cidade do Futuro’, o evento contou mais de 40 espaços espalhados pelo centro histórico da cidade de São Paulo, e foi realizado no 469º aniversário da capital paulista. No painel denominado de ‘Como será o futuro da humanidade?’, os participantes se misturaram com os palestrantes em uma roda de discussão e puderam dar sua opinião sobre o futuro do mundo e como a humanidade será e poderá mudar esse cenário.
A discussão começa seguindo a premissa de ‘O que é o tempo?’ e como essa medida de tempo pode ser medida. Foi levantado o questionamento se o tempo seria linear ou não, chegou-se à conclusão de que não, cada pessoa tem sua vida que anda em velocidades diferentes. “O futuro é o agora, quando me mudei de Porto Alegre para São Paulo, percebi que as duas cidades funcionam em velocidades diferentes, toda minha rotina teve que ser adaptada. São Paulo é muito caótica!”, comenta Elaine, uma participante da discussão.
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Seguindo a ideia de tempo não linear, o grupo chegou à conclusão de que cada indivíduo vive sua vida baseada no seu redor, e pode sofrer com isso à medida que altera sua rotina. Na Grécia antiga, foi constatado que o tempo é dividido em dois deuses que o coordenam. O primeiro é Kairós, responsável pelo tempo de agora com espontaneidade e Cronos que cuida do tempo de relógio, aquele que não podemos controlar, cita que somos apenas passageiros e que somos apenas passageiros nessa jornada.
A evolução da humanidade com o passar do tempo
Foi levantada a hipótese de que o tempo seria o responsável pela evolução da humanidade, mas logo foi refutada por uma das palestrantes. A evolução seria um uma necessidade de avanço da sociedade, de se questionar e querer sempre mudar sua rotina em busca de praticidade e benefícios. A vontade do homem de não querer ficar estático quanto ao tempo foi o real resultado do progresso da sociedade.
“A evolução não é algo natural, mas gerado pelos questionamentos da sociedade. Alguém chega e define algo, que se torna uma verdade até que chegue outro indivíduo e questione essa verdade, provando que ela pode não ser totalmente uma verdade. trago o exemplo da bicicleta, antigamente tínhamos aquela antiga com uma roda grande na frente, ela cumpria sua função, de levar quem a conduz de um lugar para outro, mas hoje em dia temos bicicletas com rodas de tamanhos similares, e por quê houve essa mudança se as duas cumprem a mesma função? Simples, alguém chegou e provou que o novo formato funciona de forma melhor”, comenta Beatriz Rodrigues, pesquisadora da Universidade de Cornell e palestrante do painel.
E como a humanidade pode usar o tempo para melhorar?
Para a segunda parte do debate foi levantado o questionamento do progresso da sociedade, a conclusão alcançada foi que o futuro é agora e que a humanidade deve trabalhar o agora para colher bons frutos no futuro. Foi apresentado como exemplo o desenho ‘Os Jetsons’, da Hannah Barbera, nele vemos uma família futurista que vive cercada de tecnologia, mas que ainda vive em modelo de costumes antigos, com o pai sendo o responsável pela base econômica da família, enquanto a mulher é dona de casa e responsável por cuidar dos filhos.
Como principal problema da sociedade atual, chegou-se à conclusão que ainda são questões raciais, sendo o Brasil um país que mata pessoas negras com muita frequência, mesmo sendo a maior parte de sua sociedade. E ainda “rouba” o futuro desse grupo por meio de apropriação cultural.
Thaynah Gutierrez, pesquisadora e palestrante do painel comenta: “Para termos um Brasil futurista, precisamos trabalhar no agora, diminuindo a mortalidade, aceitando o outro como uma pessoa e encerrando o racismo. Não existe futuro para um país que mata a população de sua maior raça.”
Finalizando o painel, chegou-se ao ponto de que o futuro não passa de especulação e que ele muda ao longo do tempo. Como exemplo, antes se pensava no futuro como algo muito tecnológico, mas que hoje em dia as questões ambientais e de ESG são as reais preocupações com as novas gerações.
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