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Open Finance e a saúde financeira do consumidor
Dentro do ecossistema de startups, as fintechs são os negócios que mais conseguem investimento e estabilidade, independentemente de possíveis crises econômicas – o Fintech Report 2023 do Distrito mapeou 1.450 fintechs presentes no ecossistema brasileiro. Nos últimos anos, isso é realidade principalmente devido ao movimento do Open Finance: quando o usuário autoriza o compartilhamento de seus dados bancários com outras instituições financeiras.
O usuário final muitas vezes pode sentir receio e dúvidas sobre a segurança e os motivos pelos quais os bancos solicitam esse tipo de compartilhamento. Mas esse receio tem diminuído no Brasil. De acordo com a pesquisa Open Finance Brasil, em 2021, 45,8% das pessoas demonstraram preocupação pelo sistema. Em 2023, esse percentual caiu para 34%. O levantamento foi realizado em maio de 2023 pela Ipsos a pedido da TecBan, com abrangência nacional. Foram entrevistados mil homens e mulheres bancarizados, das classes A, B e C, com acesso à internet.
O Open Finance não é uma criação do mercado, mas uma iniciativa do Banco Central do Brasil. Ele foi concebido com os objetivos de trazer inovação ao sistema financeiro, promover a concorrência e melhorar a oferta de produtos e serviços financeiros para o consumidor. Hoje, o portal do Open Finance Brasil indica 27,53 milhões de consentimentos únicos ativos de pessoas físicas.
Na minha opinião, o Open Finance é uma excelente forma de trazer orientação e saúde financeira para as famílias brasileiras. Isso porque, tendo em mãos dados de seus usuários como comportamento de consumo, pagamento de dívidas e prioridades de gastos das pessoas, as instituições podem oferecer produtos adequados a cada uma delas.
Isso não é de graça, é claro. Bancos não lucram com abertura de contas, mas com a venda de produtos financeiros, como financiamentos, seguros, carteiras de investimentos e empréstimos. Por isso, conhecer seu cliente e entender seu comportamento é uma mina de ouro para o oferecimento de pacotes mais atrativos que, consequentemente, serão mais vendidos.
Uma tendência real entre startups de segmentos diversos é o estabelecimento de uma fintech própria. Um exemplo famoso é o Mercado Livre e o Mercado Pago. A partir dessa fintech, a startup pode coletar dados de compra dos clientes e oferecer não só produtos a partir das compras já feitas, como aprovar crédito e melhores condições de parcelamento para que ele continue fiel à marca. Existem fintechs especializadas na criação de uma Fintech por outras empresas – o chamado Banking as a Service (BaaS). Consequentemente, por meio do Open Finance, outras instituições podem acessar esses dados e oferecer benefícios melhores ao consumidor.
Um procedimento 100% digital, regulado e supervisionado pelo Banco Central, o Open Finance é alinhado à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) – ou seja, o compartilhamento de dados é feito somente com a permissão do usuário – e as empresas participantes devem cumprir uma série de requisitos para garantir a autenticidade, segurança e confidencialidade das informações compartilhadas.
O tempo de reunir listas intermináveis de documentos para avaliar diferentes condições para a compra de produtos financeiros acabou. Agora, consumidores podem compartilhar seus dados entre diferentes instituições e têm acesso a toda a informação necessária para que a sua orientação financeira seja a mais adequada possível.
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O post Open Finance e a saúde financeira do consumidor aparece primeiro em Startupi e foi escrito por Fabiano Nagamatsu
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