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Foi dada a largada da Fase 4 do Open Finance: o que falta para o sistema finalmente decolar?

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Foi dada a largada da Fase 4 do Open Finance: o que falta para o sistema finalmente decolar?


A implementação da infraestrutura se deu em 2021, sendo disponibilizada à população em 2022. Assim, em 2024 chegamos à Fase 4 do Open Finance. Neste período, as instituições representadas pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) já investiram mais de R$ 2 bilhões no projeto, contando com mais de 42 milhões de consentimentos e mais de 1 bilhão de comunicações bem-sucedidas ocorrendo todas as semanas, tornando o Open Finance brasileiro o maior do mundo, tanto em escopo de dados, como em volume de chamadas.


Apesar dos números positivos, se comparado ao Pix, outra iniciativa do Banco Central do Brasil para a digitalização dos serviços financeiros, o Open Finance não decolou. O sistema ainda é pouco conhecido pela população, tomando por base o número de usuários: cerca de 28 milhões contra os 160 milhões que aderiram ao Pix, segundo os números mais recentes da Febraban.


Iniciando a Fase 4, algumas medidas para impulsionar o Open Finance foram lançadas em abril, como a funcionalidade de transferências inteligentes – que permite movimentações entre contas do mesmo cliente de forma programável e automática, mesmo que sejam de instituições diferentes; o agendamento recorrente – uma evolução do Pix Agendado e uma prévia do Pix Automático; e a liberação de dados por cliente durar por tempo indeterminado – antes, o prazo durava apenas 12 meses e ainda precisava de renovação.

Desafios continuam


Se por um lado o Banco Central e as instituições financeiras têm investido e desenvolvido iniciativas para o sucesso do Open Finance, desde sua implementação, o sistema tem encarado alguns desafios em se tratando da adesão de usuários. Entre os principais motivos estão a falta de conhecimento por parte da população e a desconfiança dos usuários se tratando da segurança e gestão de seus dados compartilhados.


O usuário é quem está no centro do Open Finance. Sem sua participação e consentimento do uso de seus dados, pouco se pode avançar. As instituições aderentes ao sistema precisam olhar com atenção para produtos e serviços que atendam ao público, principalmente à pessoa física, uma vez que quanto maior a penetração na sociedade, maior o funcionamento de todo o ecossistema financeiro.


Uma das medidas que devem ser tomadas o quanto antes é investir na educação financeira – algo que a população brasileira, de forma geral, é bastante carente. Conhecer bem como funciona o Open Finance e a gama de possibilidades geradas por ele é fundamental para as instituições e empresas se adaptarem, inovarem e prosperarem da melhor forma possível.

No caminho certo


Não há dúvidas de que o Open Finance tem um potencial imenso de crescimento, seja entre os usuários únicos, isto é, portadores de CPF, como entre as empresas. Principalmente no campo dos pequenos e médios negócios, ao abrir seus dados, surgirá para esses estabelecimentos uma enorme oportunidade para inovação, oferta de crédito e digitalização, possibilitando, assim, o crescimento desse filão e, consequentemente, impactando a economia do Brasil de forma positiva.


Segundo a Juniper Research, o Open Banking (nome dado anteriormente ao Open Finance) terá um crescimento mundial de 479% entre 2022 e 2027, gerando cerca de US$ 330 bilhões em transações nesse período.


É importante enxergar o Open Finance como uma força motriz que potencializa as engrenagens das instituições financeiras e bancárias e as empresas que irão consumir seus produtos financeiros.
Muito além de proporcionar experiências financeiras mais eficientes e personalizadas, as organizações devem lançar mão do Open Finance para também passar a confiança de que os dados dos clientes são gerenciados de forma segura. Só assim teremos o voo alto que esperamos.


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