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Inteligência Artificial cria abismo competitivo para pequenas empresas – mas há solução

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Inteligência Artificial cria abismo competitivo para pequenas empresas – mas há solução

*Por André Macedo

A inovação tecnológica sempre foi um privilégio das grandes companhias, que possuem recursos para investir nas inovações mais promissoras. Já as micro e pequenas empresas costumam embarcar nesse movimento anos depois, quando a tecnologia já não é novidade. Com a inteligência artificial, essa lógica pode – e precisa – ser diferente. A IA tem o potencial de impulsionar a gestão, as vendas e a competitividade de negócios de todos os tamanhos, mas essa promessa só se concretizará se os microempreendedores tiverem acesso real e efetivo a essas ferramentas.

Embora 74% das MPEs brasileiras já utilizem IA, muitas ainda enfrentam barreiras operacionais para uma adoção plena, de acordo com um levantamento realizado em 2024 pela Microsoft e Edelman. Falta tempo e conhecimento técnico para digitalizar os negócios, há pouca previsibilidade de vendas e dificuldades na gestão financeira. Mas essas não são barreiras intransponíveis.

A inteligência artificial pode ser um verdadeiro “copiloto” para o pequeno empreendedor, pegando ele pela mão em cada etapa do processo de vendas e treinando-o de forma prática, com pequenas ações diárias – uma “fomação contínua”,  aplicada no dia a dia. Em testes na RediRedi, observamos que pequenas tarefas orientadas pela IA podem aumentar em 20% o número de pedidos recebidos pelos negócios. Isso porque, em vez de apenas oferecer tecnologia, a IA atua como um parceiro ativo, garantindo que o usuário saiba o que precisa ser feito para vender mais.

Inteligência Artificial precisa se adaptar à realidade local

Na América Latina, a democratização da IA ganha “cores regionais”. Diferente de mercados como os EUA — onde marketplaces dominam o e-commerce — por aqui as vendas ocorrem, na sua maioria, por canais como WhatsApp e Instagram. Segundo relatório da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), Chile, Brasil e Uruguai lideram o uso da inteligência artificial na região, embora ainda distantes do desenvolvimento observado nos Estados Unidos e Europa.

Nós, latinos, vendemos pelo relacionamento, proximidade e identificação, muitas vezes em tempo real, no ritmo acelerado das redes sociais. Isso significa que um software de e-commerce tradicional, burocrático e dolarizado, não resolve o problema do microempreendedor. Ele precisa de uma solução que entenda seu dia a dia, sugira ações concretas e o ajude a vender melhor onde ele já vende – e não obrigá-lo a migrar para um canal diferente.

IA não substitui, mas potencializa as vendas

Mas, será que a IA pode substituir a mão de obra das pequenas empresas? Definitivamente não. O que ela faz é potencializar a operação, deixando o empreendedor livre para focar no que realmente importa: seus clientes. Quem não quer mais tempo para estreitar o relacionamento com fornecedores ou pensar em novos produtos?

A automação de tarefas já permite que microempreendedores criem descrições de produtos, encontrem imagens, definam preços competitivos e gerenciem promoções sem precisar de suporte externo. Mas a IA vai além: ela se torna um copiloto, um parceiro que não apenas responde perguntas, mas orienta, educa e sugere ações estratégicas diariamente.

Esse é um mercado em ebulição, mas que só funciona se a experiência for 360°. A IA boa de verdade não é só um robô que responde dúvidas, mas um consultor ativo, que gera insights reais sobre tendências de consumo, estratégias de precificação, marketing digital e recomendações personalizadas para clientes.

O futuro será mais inteligente, automatizado e acessível – e com microempreendedores competindo de igual para igual com as grandes empresas no ambiente digital. O papel da IA não é substituir ninguém, mas garantir que ninguém fique para trás.

*André Macedo é CEO da RediRedi, startup que atua como copiloto de vendas para micro empresas.


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