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Banco Central anuncia novas funções do Pix, incluindo opção de parcelamento

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Banco Central anuncia novas funções do Pix, incluindo opção de parcelamento

O Banco Central anunciou nesta semana um conjunto de atualizações no sistema de pagamentos instantâneos Pix. As mudanças fazem parte de um cronograma de desenvolvimento da ferramenta, com previsão de implantação a partir de setembro de 2025. Entre as novidades, está a possibilidade de parcelamento de valores, o uso de garantias em transações e aprimoramentos no modelo de segurança.

As atualizações foram detalhadas por diretores da autarquia durante evento promovido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), realizado na última quarta-feira (3). O lançamento das funcionalidades integra a agenda de inovação do BC, que busca ampliar a funcionalidade da ferramenta e atender diferentes perfis de usuários e instituições.

O destaque ficou por conta do “Pix Garantido”, funcionalidade que permitirá o fracionamento de pagamentos, similar ao que ocorre com cartões de crédito. A nova modalidade prevê que o valor integral seja assegurado por uma instituição financeira, enquanto o cliente realiza o pagamento de forma parcelada. A operação poderá ser contratada tanto no momento da compra quanto posteriormente, de forma semelhante à conversão de uma compra à vista em financiamento.

Segundo a autoridade monetária, o modelo de garantias permitirá que o recebedor tenha segurança sobre o recebimento integral do valor, enquanto o pagador acessa condições facilitadas de pagamento. A estrutura também poderá ser utilizada em operações como aluguel, prestação de serviços ou aquisição de bens de maior valor.

Parcelamento e recorrência devem alterar dinâmica do mercado

Outra inovação está na previsão do Pix Automático, funcionalidade voltada a pagamentos recorrentes. A ferramenta será destinada a compromissos como mensalidades, assinaturas e contas regulares. De acordo com o Banco Central, o objetivo é permitir que o usuário autorize previamente débitos programados, eliminando a necessidade de ações manuais a cada vencimento.

A proposta é ampliar a competitividade no segmento de cobranças recorrentes, atualmente dominado por boletos bancários e débitos em conta vinculados a instituições específicas. O Pix Automático, ao operar dentro da infraestrutura aberta do sistema, permitirá a interoperabilidade entre diferentes plataformas e instituições participantes.

As medidas incluem ainda melhorias nos protocolos de segurança, com foco em autenticação e prevenção de fraudes. O Banco Central pretende implementar camadas adicionais de validação e identificar comportamentos atípicos em tempo real, por meio do uso de dados agregados e inteligência artificial. O objetivo é aumentar a confiabilidade do sistema sem comprometer a agilidade das transações.

Essas novas funções fazem parte do projeto batizado como “Pix Evolução”, uma das frentes da agenda institucional do BC voltada à modernização do sistema financeiro. O pacote de inovações foi elaborado com base em consultas públicas, escuta do mercado e análise de demandas dos usuários. A implementação ocorrerá de forma progressiva, com início previsto para setembro e cronograma estendido até 2026.

Desde sua criação, em novembro de 2020, o Pix tem sido amplamente adotado no Brasil. Dados do próprio Banco Central indicam que, em março de 2025, a ferramenta foi utilizada em mais de 5 bilhões de transações, movimentando cerca de R$ 2,3 trilhões. Atualmente, mais de 150 milhões de pessoas físicas e 13 milhões de empresas utilizam o sistema, que opera de forma ininterrupta, inclusive aos fins de semana e feriados.

Mudanças devem impactar acesso ao crédito e concorrência no setor

O parcelamento, segundo representantes da instituição, não será uma imposição ao usuário, mas uma possibilidade a ser oferecida pelas instituições financeiras dentro do ambiente do Pix. Cabe aos bancos, fintechs e demais participantes definirem taxas, prazos e condições, de acordo com seus próprios critérios e modelos de risco.

Especialistas avaliam que o parcelamento dentro do Pix pode alterar o equilíbrio do setor de meios de pagamento, hoje concentrado em operadoras de cartões. A mudança tende a reduzir custos para os lojistas, já que o sistema opera com tarifas inferiores às das bandeiras tradicionais. Além disso, pode facilitar o acesso ao crédito para consumidores com menor pontuação ou sem limite disponível nos cartões.

Ainda segundo o BC, a arquitetura do sistema continuará aberta à participação de novos agentes, incluindo plataformas de tecnologia, empresas de varejo e cooperativas de crédito. A ideia é estimular a concorrência e evitar a concentração do mercado em poucos operadores.

A introdução das garantias também pode beneficiar o ambiente de negócios, principalmente para microempreendedores e profissionais autônomos. Ao garantir o pagamento de serviços ou produtos de forma antecipada, mesmo em transações parceladas, o Pix se apresenta como uma alternativa viável ao crédito tradicional e ao financiamento bancário.

As próximas etapas envolvem ajustes regulatórios, testes operacionais e desenvolvimento das interfaces por parte das instituições participantes. O Banco Central informou que haverá fases-piloto e acompanhamento técnico contínuo até a liberação das funções ao público.


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O post Banco Central anuncia novas funções do Pix, incluindo opção de parcelamento aparece primeiro em Startupi e foi escrito por Tiago Souza



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