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Qualifica AI aposta em tecnologia para identificar talentos e ampliar empregabilidade

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Qualifica AI aposta em tecnologia para identificar talentos e ampliar empregabilidade

A Qualifica AI nasceu em 2023, originalmente sob a marca Next Coders, a partir da visão empreendedora de Wagner Amorim, que já atuava com tecnologia e educação para jovens em situação de vulnerabilidade social. O projeto foi concebido após experiências acumuladas em consultorias e programas de formação, incluindo iniciativas em parceria com grandes empresas e instituições, como Microsoft e Instituto Federal do Ceará.

A startup desenvolveu uma tecnologia focada em identificar talentos a partir de testes vocacionais e análises de perfil, com o objetivo de preparar profissionais para o mercado de tecnologia. A solução se posiciona como uma tecnologia focada em diagnosticar aptidões, garantir acessibilidade ao conhecimento e conectar os alunos a oportunidades de trabalho.

“Nosso objetivo é garantir que as pessoas que entram no programa encontrem um caminho real de transformação social. Para isso, desenvolvemos mecanismos que validam as aptidões e as vocações dos participantes, sem exigir nenhum pré-conhecimento”, afirma Wagner Amorim, fundador da Qualifica AI.

Segundo Amorim, o déficit de profissionais qualificados no Brasil e no mundo foi um dos motivadores do projeto. Em 2021, o país já contava com mais de 150 mil vagas de tecnologia não preenchidas por falta de mão de obra qualificada. Globalmente, estima-se que até 2030 existam 80 milhões de oportunidades abertas na área.

“O Brasil representa apenas 0,2% da força de trabalho global em tecnologia. Esse dado evidencia uma oportunidade relevante para o desenvolvimento econômico e social. Ao mesmo tempo, mostra a urgência de preparar talentos locais para preencher essas lacunas”, explica o executivo.

A tecnologia desenvolvida pela startup permite escalar programas de formação, viabilizando turmas em diferentes regiões do país, incluindo periferias e cidades do interior. Em 2023, a Qualifica AI realizou um projeto-piloto próprio para testar a tecnologia, refinando funcionalidades e processos internos.

No ano seguinte, em 2024, a startup validou o modelo com quatro clientes, formando cerca de 250 alunos e alcançando uma taxa de empregabilidade superior a 80%. “Os alunos passaram por processos completos, desde a identificação do perfil até a formação técnica e a colocação no mercado. Esse resultado foi essencial para comprovar a eficácia da plataforma”, destaca Amorim.

Em 2025, a startup já possui cerca de 2 mil alunos contratados e iniciou uma fase de maior expansão. A expectativa é formar 3 mil alunos até o final deste ano e chegar a 10 mil em 2026. Para sustentar o crescimento, a empresa busca aumentar seu faturamento, que deve ficar entre R$ 4 milhões e R$ 6 milhões em 2025.

A Qualifica AI também fechou uma parceria com o Centro de Inteligência Artificial da Universidade de São Paulo (USP) e com a Fapesp para o desenvolvimento de algoritmos que aprimoram a identificação de talentos. Essa colaboração reforça a base tecnológica da plataforma, permitindo reduzir barreiras de escala e aumentar a assertividade na seleção de perfis.

No âmbito das parcerias de mercado, a startup realizou um estudo com uma das maiores consultorias de tecnologia do mundo para mensurar o impacto de seus programas. Segundo a pesquisa, a alocação de 100 profissionais formados pela Qualifica AI em operações da empresa poderia gerar uma captura de sinergia de cerca de R$ 35 milhões em quatro anos.

“Acreditamos que podemos ser a única oportunidade de mudança de vida para muitos desses profissionais. Por isso, nosso foco não é apenas ensinar, mas garantir que exista um caminho concreto de empregabilidade”, reforça Amorim.

Além do foco social, a Qualifica AI vem estruturando seu modelo de negócio para atrair investidores. A empresa finalizou recentemente uma rodada de captação no formato “friends and family”, arrecadando R$ 2,6 milhões. Essa etapa contou com executivos de grandes companhias, incluindo nomes como Mauro Mariz, ex-vice-presidente de Sustentabilidade da Riachuelo.

A startup pretende abrir uma nova rodada maior no primeiro trimestre de 2026, mirando cheques entre R$ 10 milhões e R$ 15 milhões. “A decisão de priorizar o impacto e a estruturação interna antes de buscar rodadas maiores foi estratégica. Agora, estamos mais preparados para escalar tanto a entrega operacional quanto as vendas”, afirma Amorim.

Com sedes no Cubo Itaú, AYA Earth e CIVI-CO, em São Paulo, a Qualifica AI utiliza o ecossistema de inovação para se aproximar de grandes empresas, validar soluções e construir conexões com potenciais parceiros e investidores.

A startup também aposta em programas de inclusão produtiva, nos quais as empresas contratantes não apenas financiam as turmas, mas também absorvem os profissionais após o término dos cursos. O modelo tem sido um diferencial para garantir a sustentabilidade da operação e atender à demanda do mercado por mão de obra qualificada.

“O engajamento das empresas contratantes é fundamental. Quando conseguimos alinhar a formação com a real demanda do mercado, geramos valor para todas as partes envolvidas”, explica o fundador.

Com base na combinação entre tecnologia, impacto social e proximidade com o mercado, a Qualifica AI projeta se consolidar como uma das principais soluções de desenvolvimento de talentos no Brasil, especialmente para a área de tecnologia.

Amorim resume a missão da empresa: “Trabalhamos para encontrar talentos onde ninguém busca e criar caminhos reais de transformação social. Nossa meta é impactar cada vez mais pessoas e aproveitar a escassez de mão de obra qualificada para tirar milhares de famílias da linha da pobreza com um projeto sustentável  e, ao mesmo tempo, reduzir desigualdades”.


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