Pular para o conteúdo principal

Da regulamentação à revolução no ecossistema das deep techs no Brasil

Startupi

Da regulamentação à revolução no ecossistema das deep techs no Brasil

Nos últimos anos, temos acompanhado um avanço significativo na criação de políticas públicas voltadas à ciência e tecnologia no Brasil. Mas, quando falamos de deep techs, empresas que nascem a partir de ciência e tecnologia de ponta, o desafio é mais complexo. Isso porque não basta replicar modelos que funcionam para startups digitais. É preciso criar um ambiente regulatório específico, que compreenda a natureza dessas empresas e suas necessidades únicas.

É nesse território desafiador que atuamos, como referência nacional, articulando soluções. Na Wylinka, nossa missão é clara: transformar ciência em impacto. Fazemos isso aproximando ciência e mercado, conectando pesquisadores, empreendedores e investidores, e liderando agendas que reposicionam o Brasil no cenário global da inovação. E nesse caminho, esbarramos constantemente em entraves burocráticos, jurídicos e institucionais que atrasam ou até inviabilizam a transformação do conhecimento em soluções concretas.

Hoje, o Brasil já ocupa uma posição de destaque na América Latina e está entre os países latino-americanos com o maior número de pesquisadores. Isso mostra que talento e produção científica nós temos. Falta um ambiente regulatório que permita a essas inovações florescerem.

Ainda enfrentamos, por exemplo, longos trâmites para formalizar acordos entre universidades e empresas, processos de licenciamento de patentes pouco ágeis, dificuldades na importação de insumos para pesquisa e a ausência de instrumentos jurídicos sob medida para parcerias público-privadas no setor científico. Além disso, muitas deep techs nascem com um pé no laboratório e o outro no mercado, e esse tipo de origem híbrida ainda demanda um olhar mais atento, que precisa evoluir para acompanhar essa nova dinâmica.

Avanço do ecossistema das deep techs

Alguns passos importantes estão sendo dados. O Projeto de Lei 2338/2023, que propõe um marco regulatório para a inteligência artificial, é um exemplo de avanço importante na construção de um ambiente mais moderno e seguro para tecnologias emergentes. Mas ainda falta uma agenda nacional dedicada às deep techs como estratégia de desenvolvimento.

A boa notícia é que essa construção já começou. Em parceria com governos locais, instituições de pesquisa e atores do ecossistema, temos cocriado soluções para acelerar esse processo. No Fórum Brasileiro de Deep Techs, nos reunimos para alinhar agendas, compartilhar evidências e articular políticas que realmente funcionem.

Se quisermos transformar o conhecimento que está nas nossas universidades em soluções que gerem impacto em áreas como saúde, energia, alimentos e meio ambiente, precisamos ser ousados. Precisamos criar políticas públicas desenhadas para a realidade das deep techs, com menos burocracia, mais segurança jurídica e, acima de tudo, com visão de longo prazo.

Afinal, a transição da regulamentação para a revolução exige compromisso, articulação e coragem. Acreditamos que essa é uma oportunidade histórica para transformar ciência em progresso, inovação em soberania e o Brasil em protagonista da nova economia do conhecimento.


Aproveite e junte-se ao nosso canal no WhatsApp para receber conteúdos exclusivos em primeira mão. Clique aqui para participar. Startupi | Jornalismo para quem lidera inovação!

O post Da regulamentação à revolução no ecossistema das deep techs no Brasil aparece primeiro em Startupi e foi escrito por Ana Calçado



Continue Lendo: Startupi / https://startupi.com.br/revolucao-das-deep-techs-no-brasil/

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A tokenização das finanças representa avanço na digitalização de ativos financeiros

Startupi A tokenização das finanças representa avanço na digitalização de ativos financeiros *Por João Fraga Primeiro, precisamos esclarecer que o Drex não veio para substituir o Pix. Pelo contrário, o Drex é uma moeda digital que faz parte da família deste. Conforme a leitura dos marketeiros do Banco Central, o “x” sinaliza um futuro que está associado à tecnologia, cujo acrônimo significa Digital Real Eletronic X. Este não é um meio de pagamento. E, sim, uma plataforma por meio da qual se realizam operações em grande escala como a aquisição de automóveis e a compra e venda de imóveis.  Ele é o real em sua forma digitalizada. Por este meio, mantém-se toda a confiabilidade e estabilidade da moeda. Entretanto, nesta versão digital, não existe uma cédula impressa. Esta é a própria moeda disponível em uma plataforma eletrônica, que vai ser controlada pelo Banco Central. As informações referentes ao dinheiro não ficam em um único computador, mas em uma rede que disponibi...

Mulheres que inspiram outras mulheres

Startupi Mulheres que inspiram outras mulheres A participação de mulheres no mercado automotivo tem avançado, refletindo mudanças estruturais em setores historicamente dominados por homens. A Kavak , plataforma de compra e venda de veículos seminovos, tem investido na ampliação da diversidade, promovendo maior inclusão em diferentes áreas da empresa. Atualmente, 35% dos colaboradores são mulheres, com 13% delas atuando em funções operacionais, como mecânica, detalhamento e logística. Mariana Uzuelli , head de pessoas da Kavak Brasil , destaca que a diversidade impulsiona inovação e crescimento organizacional. “A presença feminina fortalece a cultura da empresa, além de inspirar novas gerações a ocuparem esses espaços”, afirma. Entre os exemplos de profissionais que se destacam, está Daiely Souza , encarregada mecânica , promovida após três anos na companhia. Trabalhando diretamente na manutenção dos veículos, ela é uma das responsáveis pelo funcionamento do maior...

Desafios das adtechs para 2025

Startupi Desafios das adtechs para 2025 O mercado de publicidade digital passa por transformações significativas, exigindo adaptação das adtechs a novas regulamentações, avanço tecnológico e mudanças no comportamento do consumidor. Em 2025, a privacidade de dados, a integração de informações e o uso de inteligência artificial estão entre os principais focos do setor. Segundo Paula Freir , Sales Director da Siprocal , empresa especializada em soluções para publicidade digital, os desafios incluem novas estratégias para segmentação de audiência e mensuração de resultados. A eliminação dos cookies de terceiros obriga as empresas a adotarem estratégias alternativas para a coleta de dados. O uso de first-party data , integração com publishers e soluções como household sync despontam como opções viáveis para manutenção da eficiência das campanhas. Com o avanço das plataformas digitais, as adtechs precisam adaptar soluções para suportar novos formatos de anúncios e in...