Pular para o conteúdo principal

Vazamentos de dados não são mais exceção: como a arquitetura open lakehouse ajuda a prevenir e reagir

Startupi

Vazamentos de dados não são mais exceção: como a arquitetura open lakehouse ajuda a prevenir e reagir

*Por Cesar Gomes

Vivemos um momento em que a pergunta deixou de ser “se vai haver um vazamento de dados” para se tornar “quando ele ocorrerá”. Em julho de 2025, o Brasil enfrentou mais um episódio alarmante: a exposição de mais de 46 milhões de chaves Pix, envolvendo informações de 11 milhões de pessoas. O vazamento, confirmado pelo Banco Central e pelo Conselho Nacional de Justiça, ocorreu por meio do sistema Sisbajud, plataforma que cruza dados de instituições financeiras com o Poder Judiciário. Embora não tenham sido divulgados extratos ou senhas, os dados expostos, como nome, CPF, número da agência e tipo de conta , já são suficientes para facilitar fraudes e golpes de engenharia social.

O caso ocorreu poucas semanas depois de outro incidente de escala global: um megavazamento que expôs mais de 16 bilhões de credenciais de redes sociais e outras plataformas  e até de sistemas de órgãos públicos. O que observamos  é que grande parte dessas senhas era inédita em bancos de dados públicos, o que indica que as informações são recentes e potencialmente úteis para ataques direcionados. A maior parte dos registros expostos, inclusive, era de usuários de língua portuguesa, com forte impacto no Brasil.

Não se trata de coincidência. À medida que os dados se tornam o ativo mais estratégico para empresas e governos, eles também se transformam no alvo mais valioso para cibercriminosos. O impacto financeiro dessas violações é significativo. Segundo um estudo da IBM, empresas brasileiras sofreram, em média, perdas de R$ 6,75 milhões por incidentes em 2024. Em setores mais sensíveis, como saúde e finanças, os prejuízos ultrapassaram os R$ 10 milhões. Além dos custos diretos, há também o dano à reputação, à confiança do consumidor e, em muitos casos, à continuidade operacional.

Nesse cenário, torna-se urgente repensar a forma como os dados são estruturados, armazenados e protegidos. É aqui que entra o conceito de open data lakehouse, uma evolução das arquiteturas de dados que combina a flexibilidade dos data lakes com a estrutura dos data warehouses. Mais do que uma solução de performance, trata-se de uma estratégia que coloca segurança e governança no centro.

Ao permitir o armazenamento unificado de dados estruturados e não estruturados em uma mesma plataforma, com catálogos centralizados, políticas de acesso granular e monitoramento contínuo, o lakehouse proporciona visibilidade total sobre o ciclo de vida dos dados. Isso é fundamental não apenas para prevenir vazamentos, mas também para responder com agilidade quando incidentes ocorrem.

Ao contrário do que muitos pensam, o termo “open” não significa vulnerável. Pelo contrário: a abertura está na interoperabilidade, a capacidade de integrar ferramentas de criptografia, mascaramento de dados, autenticação forte e inteligência artificial para detecção de ameaças em tempo real. Em vez de isolar dados em silos desconectados, o lakehouse permite que eles sejam gerenciados com consistência, mesmo em ambientes híbridos e multicloud. É uma resposta concreta aos desafios de segurança digital que hoje extrapolam as fronteiras da infraestrutura e passam a ser tratados no nível estratégico das organizações.

Além disso, à medida que a inteligência artificial se torna parte do dia a dia das empresas, alimentando assistentes virtuais, copilotos e modelos de decisão autônomos, a integridade dos dados passa a ser condição essencial para o sucesso. Não há IA confiável sem dados confiáveis. E não há dados confiáveis sem governança, rastreabilidade e proteção.

O momento exige que líderes de negócios e tecnologia se unam em torno de uma nova mentalidade: segurança não pode mais ser vista como uma barreira à inovação. Na verdade, ela é o que garante que a inovação seja sustentável. Dados protegidos são a base da transformação digital real. Já há plataformas desenvolvidas para ajudar organizações a lidar com essa nova complexidade com segurança nativa, escalabilidade híbrida e inteligência embarcada para antecipar riscos e proteger o que há de mais valioso nas empresas: seus dados.

Os recentes episódios de vazamento só reforçam uma verdade incontornável: quem quiser competir no mundo digital precisa, antes de tudo, garantir que seus dados estejam seguros. 

*Cesar Gomes é Vice-Presidente da Cloudera para o Brasil.


Aproveite e junte-se ao nosso canal no WhatsApp para receber conteúdos exclusivos em primeira mão. Clique aqui para participar. Startupi | Jornalismo para quem lidera inovação!

O post Vazamentos de dados não são mais exceção: como a arquitetura open lakehouse ajuda a prevenir e reagir aparece primeiro em Startupi e foi escrito por Tiago Souza



Continue Lendo: Startupi / https://startupi.com.br/vazamentos-de-dados-arquitetura-open/

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Mulheres que inspiram outras mulheres

Startupi Mulheres que inspiram outras mulheres A participação de mulheres no mercado automotivo tem avançado, refletindo mudanças estruturais em setores historicamente dominados por homens. A Kavak , plataforma de compra e venda de veículos seminovos, tem investido na ampliação da diversidade, promovendo maior inclusão em diferentes áreas da empresa. Atualmente, 35% dos colaboradores são mulheres, com 13% delas atuando em funções operacionais, como mecânica, detalhamento e logística. Mariana Uzuelli , head de pessoas da Kavak Brasil , destaca que a diversidade impulsiona inovação e crescimento organizacional. “A presença feminina fortalece a cultura da empresa, além de inspirar novas gerações a ocuparem esses espaços”, afirma. Entre os exemplos de profissionais que se destacam, está Daiely Souza , encarregada mecânica , promovida após três anos na companhia. Trabalhando diretamente na manutenção dos veículos, ela é uma das responsáveis pelo funcionamento do maior...

Desafios das adtechs para 2025

Startupi Desafios das adtechs para 2025 O mercado de publicidade digital passa por transformações significativas, exigindo adaptação das adtechs a novas regulamentações, avanço tecnológico e mudanças no comportamento do consumidor. Em 2025, a privacidade de dados, a integração de informações e o uso de inteligência artificial estão entre os principais focos do setor. Segundo Paula Freir , Sales Director da Siprocal , empresa especializada em soluções para publicidade digital, os desafios incluem novas estratégias para segmentação de audiência e mensuração de resultados. A eliminação dos cookies de terceiros obriga as empresas a adotarem estratégias alternativas para a coleta de dados. O uso de first-party data , integração com publishers e soluções como household sync despontam como opções viáveis para manutenção da eficiência das campanhas. Com o avanço das plataformas digitais, as adtechs precisam adaptar soluções para suportar novos formatos de anúncios e in...

A tokenização das finanças representa avanço na digitalização de ativos financeiros

Startupi A tokenização das finanças representa avanço na digitalização de ativos financeiros *Por João Fraga Primeiro, precisamos esclarecer que o Drex não veio para substituir o Pix. Pelo contrário, o Drex é uma moeda digital que faz parte da família deste. Conforme a leitura dos marketeiros do Banco Central, o “x” sinaliza um futuro que está associado à tecnologia, cujo acrônimo significa Digital Real Eletronic X. Este não é um meio de pagamento. E, sim, uma plataforma por meio da qual se realizam operações em grande escala como a aquisição de automóveis e a compra e venda de imóveis.  Ele é o real em sua forma digitalizada. Por este meio, mantém-se toda a confiabilidade e estabilidade da moeda. Entretanto, nesta versão digital, não existe uma cédula impressa. Esta é a própria moeda disponível em uma plataforma eletrônica, que vai ser controlada pelo Banco Central. As informações referentes ao dinheiro não ficam em um único computador, mas em uma rede que disponibi...