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Formatos de trabalho em 2026: como encontrar o modelo ideal para sua empresa?

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Formatos de trabalho em 2026: como encontrar o modelo ideal para sua empresa?

*Por Daniel Moral

Nos últimos anos, o mundo do trabalho passou por uma revolução. A pandemia serviu como catalisador, impulsionando empresas a repensarem o que significa “trabalhar bem”. Em 2026, mais do que discutir onde as pessoas trabalham, estamos diante de uma pergunta mais complexa: qual formato realmente faz sentido para cada cultura organizacional?

A resposta, como em quase tudo que envolve pessoas, não é única. O futuro do trabalho não se resume a escolher entre home office, presencial ou híbrido, ele depende de propósito, perfil e contexto.

O fim do modelo único

Durante décadas, acreditamos que produtividade significava presença física. Depois, migramos para o extremo oposto, com o trabalho remoto sendo visto como o novo padrão de eficiência. Mas o tempo mostrou que nenhum formato é universal.

O modelo ideal é aquele que respeita as singularidades da empresa e de quem faz parte dela. Mais importante que o “onde” é o “como”. Empresas que cultivam confiança, autonomia e propósito conseguem resultados consistentes independentemente do formato escolhido.

O coworking como elo entre flexibilidade e cultura

Nesse cenário, os coworkings assumem um papel estratégico. Eles representam um ponto de equilíbrio entre liberdade e pertencimento. Para muitos profissionais e empresas, especialmente startups e times híbridos, esses espaços oferecem a infraestrutura e a conexão humana que o home office isolado não entrega. 

Pequenas empresas que começaram remotas passaram a buscar coworkings não apenas por estrutura, mas por algo mais intangível: comunidade, troca e identidade compartilhada. Ambientes colaborativos têm a capacidade de unir o melhor dos dois mundos, a flexibilidade do trabalho remoto e a energia criativa da convivência presencial.

Tendências para 2026: a personalização do trabalho

O futuro do trabalho não é sobre padronização, mas sobre personalização. Entre as principais tendências que devem se consolidar em 2026, destaco três movimentos:

  • Formatos híbridos inteligentes: 

O modelo híbrido evoluiu e agora prioriza a flexibilidade estratégica, as empresas definem quando e por que o trabalho deve ser presencial ou remoto com base em propósito, produtividade e bem-estar. Essa dinâmica reduz custos, aumenta o engajamento e fortalece a cultura organizacional, com os coworkings ganhando protagonismo por oferecerem estrutura e comunidade para que essa flexibilidade funcione na prática.

  • Cultura de confiança e bem-estar:

A liderança deixa de medir o tempo de tela e passa a medir impacto. O cuidado com a saúde mental e o equilíbrio entre vida pessoal e profissional se tornam pilares da estratégia de negócios.

  • Espaços como experiências:

Os escritórios e coworkings do futuro não são apenas locais de trabalho, são espaços de experiência, aprendizado e conexão. O ambiente físico será cada vez mais pensado para inspirar, acolher e estimular colaboração. Mais do que nunca, os espaços de trabalho vão refletir valores, contando histórias sobre como as empresas enxergam suas pessoas e sobre o impacto que querem gerar no mundo.

Produtividade com propósito

O verdadeiro motor da produtividade nas empresas de hoje não é o controle, e sim a autonomia. Quando as pessoas têm liberdade para escolher como e onde trabalhar, tendem a se sentir mais engajadas e conectadas com o que fazem. Essa autonomia, porém, só se sustenta em culturas organizacionais baseadas em confiança e propósito.

As empresas que compreendem o trabalho como um ecossistema, e não como um espaço físico, são as que mais prosperam. Elas valorizam a troca, a criatividade e a capacidade de adaptação, entendendo que resultados consistentes nascem de equipes que se sentem pertencentes e inspiradas.

Coworkings têm papel essencial nesse contexto: são ambientes que equilibram liberdade e conexão, permitindo que o profissional encontre seu próprio ritmo, ao mesmo tempo em que participa de uma comunidade viva e colaborativa. É nesse encontro entre o individual e o coletivo que a produtividade ganha significado real.

O modelo ideal é aquele que evolui

Em 2026, o maior aprendizado para líderes e empresas é que não existe um modelo definitivo de trabalho, existe um modelo em constante evolução. O formato ideal é aquele que se adapta às transformações do negócio, às pessoas que o constroem e ao contexto em que está inserido.

O futuro do trabalho é dinâmico, híbrido e profundamente humano. Ele exige escuta, flexibilidade e a capacidade de se reinventar diante das mudanças. Mais do que definir regras fixas, as organizações precisam criar ambientes que inspiram autonomia, propósito e pertencimento.

Quando o espaço, físico ou digital, reflete esses valores, o trabalho deixa de ser apenas execução e passa a ser experiência, aprendizado e impacto. Esse é o verdadeiro sinal de evolução. Mais do que acompanhar tendências, o desafio das empresas é construir ambientes, físicos e humanos, onde as pessoas queiram estar e crescer.


*Analista de sistemas com MBA em gestão de empresas pela FGV, Daniel Moral está há 10 anos à frente da Eureka Coworking. Como CEO, gerencia as operações diárias dos escritórios com o foco na inovação e no bem-estar dos profissionais, gerando impacto positivo no ambiente urbano e na comunidade local. 


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