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Investimentos em construtechs recuam em 2025, aponta levantamento da Liga Ventures

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Investimentos em construtechs recuam em 2025, aponta levantamento da Liga Ventures

O novo levantamento da Liga Ventures mostra um cenário de cautela entre construtechs. O material aponta que iniciativas do segmento captaram R$ 16 milhões em 2025, distribuídos em três operações. No ano anterior, o volume somou R$ 68 milhões em dez rodadas. O recuo sugere um ambiente mais lento e com avaliações mais cuidadosas sobre modelos de negócio, ritmo de adoção de ferramentas e maturidade das soluções.

O estudo identificou 267 organizações ativas ligadas ao setor. Elas utilizam tecnologias variadas para ampliar produtividade, organizar fluxos internos e oferecer alternativas para etapas distintas de planejamento, execução e entrega de obras. Segundo o mapeamento, cerca de um quinto dessas companhias surgiu entre 2020 e novembro de 2025, período marcado por expansão do interesse em processos digitais dentro do mercado.

As categorias com maior concentração de iniciativas criadas nesse intervalo incluem cotação e compra de insumos, construção modular, gestão de obras, realidade virtual e interatividade, conteúdo e educação. Esses grupos representam movimentos de digitalização voltados a eficiência, redução de perdas, organização de dados e visualização técnica de projetos.

Movimentos das construtechs e distribuição por categorias

O relatório divide o universo mapeado em 24 frentes. Gestão e controle de obras corresponde a 12,7% do total. Em seguida vêm cotação e aquisição de insumos (7,5%), construção modular (6%), realidade virtual e interatividade (5,6%), projeto (5,2%) e redução e destinação de resíduos (5,2%). Outras áreas incluem educação voltada ao setor (4,9%), uso de drones (4,5%), smart building (4,1%), reforma (4,1%), orçamento de obras (4,1%), inspeção e monitoramento (4,1%), desenvolvimento imobiliário (3,4%), gestão de colaboradores (3,4%) e inteligência imobiliária (3,4%). Há ainda grupos ligados a insumos, captação de recursos, planejamento, pós-obra, gestão administrativa, contratação de equipes, segurança, estoques e maquinário.

Para Daniel Grossi, cofundador da Liga Ventures, há sinais de transformação gradual no mercado. Ele afirma que a construção civil adota tecnologias em ritmo mais lento, mas vive um ciclo de modernização contínua, marcado por industrialização e digitalização. Segundo ele, companhias que solucionem problemas de eficiência, previsibilidade de custos e eliminação de desperdícios podem avançar mesmo em períodos de baixa atividade.

Entre as startups mapeadas, 29 utilizam inteligência artificial em automação de projetos, gestão de canteiros, monitoramento por visão computacional, criação de gêmeos digitais, previsão de custos, controle financeiro, atendimento, vendas e manutenção preditiva de ativos. O uso dessas ferramentas indica que pequenas estruturas passam a buscar ganho operacional com métodos mais sofisticados.

A distribuição geográfica mostra concentração em São Paulo, que reúne 42% das soluções ativas. Minas Gerais e Santa Catarina aparecem com 12% cada. Depois vêm Paraná (10%), Rio de Janeiro (5%), Rio Grande do Sul (4%), Distrito Federal (3%), Pernambuco (2%), Goiás (1%) e Bahia (1%). A predominância do Sudeste acompanha o volume histórico de investimentos e a presença de construtoras com atuação nacional.

A análise de maturidade aponta que 37% das startups estão estáveis, 30% são emergentes, 22% são nascentes e 11% disruptoras. Em relação às tecnologias mais usadas, aparecem marketplace, dashboards, data analytics, API e cloud computing. O público-alvo principal segue concentrado em clientes B2B, que representam 81% do total.

Os dados foram obtidos pela plataforma Startup Scanner, criada pela Liga Ventures para monitorar negócios do Brasil e da América Latina. A ferramenta compila informações e permite avaliar movimentos de mercado, histórico de soluções e possíveis pontos de conexão com empresas interessadas em inovação.

A Liga Ventures atua desde 2015 no apoio à transformação digital de grandes companhias. A organização mantém base com mais de 62,7 mil startups e utiliza sua rede para acelerar projetos, estruturar programas corporativos e apoiar transações por meio da Liga ADVISIA.


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O post Investimentos em construtechs recuam em 2025, aponta levantamento da Liga Ventures aparece primeiro em Startupi e foi escrito por Tiago Souza



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