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Cartão de crédito: ele não precisa ser o vilão de sua história financeira

Cartão de crédito: ele não precisa ser o vilão de sua história financeira

Já vi muita gente com pavor de cartão de crédito. Aliás, não vou citar nomes, mas alguém muito próximo já chegou a me pedir diversas vezes para guardar seus cartões, já que não conseguia parar de utilizá-los, mas também não tinha coragem de quebrá-los. “Vai que eu preciso?”, dizia.

Com os juros pela hora da morte, não é à toa que muita gente tem medo de não conseguir usar esta ferramenta direito e acabar se endividando de forma absurda. E é triste quando acontece algo assim! Mas vamos por partes. A história não precisa ser dessa forma!

Para começar, o cartão de crédito pode ser sim um grande vilão se não for bem utilizado. Precisamos lembrar que o crédito que está disponível nada mais é que um empréstimo que a instituição financeira nos faz, mas, apesar disso, muita gente ainda conta com este crédito, o chamado limite, como parte do orçamento, o que já começa errado.

Se o seu salário é de R$ 3.000, você tem um limite de R$ 1.000 no cartão, e sempre acha que pode gastar até R$ 4.000 mensalmente, tem razão de temer o uso do cartão, porque não é assim que deve funcionar.

Aí, quando você usa o limite e não consegue parar a fatura toda, o que acontece? Acaba tendo que pagar juros pelo “empréstimo” que fez. E estes juros costumam ser altíssimos. Para ter uma ideia, a tabela (clique para acessar) disponibilizada pelo Banco Central referente às taxas mensais de juros no uso do rotativo (ou seja, quando não pago a fatura toda), variava de 51,04% ao ano a 764,08% ao ano. Você sabe o que quer dizer isso? Aqueles R$ 1000 de crédito que você por ventura utilizou, podem se tornar algo entre R$ 1.500 e R$ 7.600 em apenas 12 meses. Enquanto isso, se decidisse investir os mesmos R$ 1.000 na poupança, por exemplo, teria cerca de R$ 1.060 neste mesmo período. Injusto? O que fazer com essas informações portanto?

Uma ferramenta que precisa ser utilizada  da forma certa

Tentei explicar neste artigo que o medo de uso de cartão de crédito tem fundamento. Porém, só falei sobre o lado ruim da história até agora que é quando alguém usa o limite, não paga a fatura total, e acaba tendo que pagar juros exorbitantes pelo crédito tomado. Também poderíamos falar sobre o custo de anuidade, mas hoje em dia, é preciso lembrar que há uma série de cartões sem este custo, portanto, vale uma boa pesquisa na hora de pedir um cartão.

Do lado positivo, quando alguém usa o cartão de crédito da forma correta, isso é, acompanhando os gastos e a fatura (o que hoje em dia pode facilmente ser feito por meio de aplicativos ou internet banking); pagando a fatura inteira no vencimento; optando por cartões sem anuidade; e aproveitando as datas de vencimento para organizar melhor as finanças, o cartão pode sim ser um grande aliado. Isso sem falar na possibilidade de uso para parcelar compras maiores, como passagens aéreas.

Como tudo na vida, as ferramentas que temos à disposição podem ser usadas de forma positiva ou negativa. Uma faca pode ser usada para cortar um bolo ou para matar alguém, certo? O problema, neste caso, é que falta educação financeira.

Infelizmente nem todo mundo sabe como usar direito um cartão de crédito e cabe a cada um de nós, que tem esse conhecimento, explicar como funciona para que a ferramenta possa ser usada da melhor forma!

Vou colocar a seguir alguns pontos práticos, simples e rápidos que precisamos observar ao usar o cartão com sabedoria:

  • Optar por cartões sem anuidade ou gratuitos ou, ainda, pelos que sejam vantajosos de alguma forma para você. Vale checar o que seu banco oferece.
  • Não usar o limite oferecido como uma renda extra, porque não é.
  • Acompanhar frequentemente via app ou internet banking os gastos que estão sendo realizados e anotá-los na sua planilha de despesas (faço isso algumas vezes ao mês, assim não tomo sustos quando chega a fatura).
  • Pagar o total da fatura porque os juros realmente são abusivos.
  • Escolher datas de vencimento que o ajudarão na organização das contas.
  • Caso use o limite e não tenha como pagar, tente imediatamente fazer um empréstimo pessoal a juros mais baixos para quitar o valor devido e pagar menos juros. Negocie o quanto antes!
  • Aproveitar os programas de pontos, caso existam.
  • Procurar concentrar os gastos em apenas um ou no máximo dois cartões para não se embolar. Lembre-se que cartões de lojas de departamento, quando usados fora das mesmas, também tendem a cobrar anuidade. É melhor ficar com apenas um para ter controle da situação.

Estes são os pontos principais para que você possa fazer do cartão um aliado e não um inimigo. Já vi muita gente desesperada e sem saber como sair de dívidas que se tornaram bolas de neve simplesmente porque não pagaram o valor total. Portanto, muito cuidado. Procure entender esses pontos direitinho e também disseminar, sempre que possível, estas dicas rápidas e simples, mas que podem fazer toda diferença na vida de alguém!

------ Este artigo foi escrito por Redação Dinheirama. Este artigo apareceu originalmente no site Dinheirama.A reprodução deste texto só pode ser realizada mediante expressa autorização de seu autor. Para falar conosco, use nosso formulário de contato. Siga-nos no Twitter: @Dinheirama



Fonte: Dinheirama

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