EPI, Equipamento de Proteção Individual: o que é, para que serve e como pode evitar acidentes de trabalho na sua empresa
Botas biqueira de aço, capacetes de proteção, óculos, luvas, cintos de segurança… são tantos os exemplos de EPI ou Equipamento de Proteção Individual que se deve usar em atividades profissionais que envolvem riscos, que hoje decidimos falar-lhe neles!
Todas as empresas com riscos de acidentes de trabalho associados devem contribuir para a segurança dos seus colaboradores com a adoção de algum EPI ou Equipamento de Proteção Individual. Se é o caso da sua própria empresa, atente nestes números:
Só no ano passado morreram 83 pessoas devido a acidentes de trabalho em Portugal (Autoridade para as Condições de Trabalho, ACT). E apesar do número estar abaixo daquele que se registou em 2018, não deixa de ser preocupante.
Também o número de acidentes de trabalho graves registados em 2019, diminuiu face ao período homólogo, mas ainda assim estamos a falar de 235 pessoas que sofreram danos físicos e psicológicos e causaram despesas médicas e legais às suas entidades empregadoras, muito possivelmente porque não estavam a usar os EPIs necessários ao desenvolvimento do seu trabalho.
O que é EPI, Equipamento de Proteção Individual?
Atendendo ao facto de existirem várias atividades profissionais com riscos suscetíveis de ameaçar a segurança ou a saúde dos trabalhadores, EPI ou Equipamento de Proteção Individual – segundo a diretiva 89/656/CEE – é todo o vestuário, calçado ou acessório capaz de proteger uma pessoa em contexto de trabalho, ajudando a prevenir acidentes e proporcionando aos seus utilizadores bem-estar para desenvolverem as suas atividades.
Claro que o uso deste tipo de equipamento só deve acontecer quando não é possível adotar medidas que permitam eliminar os riscos no local de trabalho, ou seja, quando as medidas de proteção coletiva não são suficientes para atenuar os riscos. E ainda assim, os EPIs não substituem outras medidas coletivas ou individuais, que as empresas possam implementar quando existem riscos de acidente.
Para que serve o EPI ou Equipamento de Proteção Individual?
O Equipamento de Proteção Individual serve para proteger os trabalhadores de acidentes de trabalho, ou seja, de lesões e danos que possam ocorrer durante o exercício das suas funções. Os EPIs também servem para complementar as medidas de prevenção e proteção coletiva (incluindo EPCs, Equipamentos de Proteção Coletiva).
Quem deve disponibilizar o Equipamento de Proteção Individual?
A entidade empregadora. É da competência da empresa a disponibilização de todos os EPIs necessários à execução do trabalho, bem como selecionar de entre os diferentes tipos de EPIs, os melhores para as funções em causa.
Além disso, todas as empresas que necessitem de equipamentos de proteção, devem ter procedimentos internos de planeamento, gestão e controlo de distribuição dos EPIs aos seus colaboradores.
De ressalvar ainda que está determinado na norma técnica NR 6, que os EPIs sejam fornecidos de forma gratuita aos trabalhadores para o desempenho das suas funções dentro de uma empresa.
Quais os principais tipos de EPI?
Proteção da cabeça
Equipamentos usados em atividades onde existe o risco de lesão na cabeça, seja pela queda de objetos, golpes, projeções, eventuais descargas elétricas ou até contaminação do material.
Exemplo: capacete de proteção
O capacete de proteção é concebido com material altamente resistente, adapta-se à forma da cabeça. Dependo dos riscos em causa, pode estar equipado com viseiras, protetores auriculares, óculos de proteção e até capuz contra projeção de partículas ou líquidos corrosivos.
Proteção dos olhos e rosto
Equipamentos de proteção individual usados em trabalhos onde existe o risco de projeção de partículas, radiações nocivas ou gases irritantes para os olhos.
Exemplo: óculos de proteção
Os óculos de proteção são feitos a partir de materiais mais resistentes a impactos e servem para prevenir e proteger os olhos de possíveis acidentes e lesões (poeiras, radiações, vapores, vidros, materiais químicos, queimaduras…).
Proteção dos ouvidos
Os equipamentos de proteção dos ouvidos são utilizados em locais onde o nível de ruído excede os valores aceitáveis.
Exemplo: protetores auriculares
Há vários tipos de protetores auriculares disponíveis no mercado, de acordo com o nível, intensidade e frequência do ruído no local de trabalho. Todos têm por objetivo atenuar os níveis de ruído que estejam acima do limite de tolerância e amenizar desconfortos acústicos: de protetores de inserção moldável (tampões) a auscultadores.
Proteção das mãos
A proteção das mãos é levada em linha de conta em atividades onde existe o perigo de lesão nas mãos, como cortes, esfolamento e irritação da pele.
Exemplo: luvas de proteção
Existem vários modelos diferentes de luvas de proteção, consoante o nível de risco (risco mecânico, elétrico, térmico, químico…). As luvas de proteção também podem ser fabricadas em materiais diferentes (de couro a borracha ou malha metálica) de acordo com o tipo de tarefa do trabalhador que as vai usar.
Proteção dos pés e pernas
A proteção dos pés e das pernas deve ser feita em locais onde existe risco de lesão nessas zonas do corpo, seja devido a produtos químicos, seja devido a corrente elétrica, radiações, contaminações, choques, esmagamentos, perfurações, etc.
Exemplo: botas de segurança
As botas de segurança (também chamadas de botas biqueira de aço) são altamente resistentes e protegem contra diversos riscos, incluindo impactos de um nível de energia equivalente a 200 J e compressões de uma força de 15 kN.
Proteção das vias respiratórias
EPIs para proteção das vias respiratórias são pensados para trabalhadores que correm o risco de inalar substâncias perigosas ou que laboram em ambientes com deficiência de oxigénio.
Exemplo: máscaras filtrantes
As máscaras filtrantes estão disponíveis em vários formatos (descartáveis, reutilizáveis, capuchos, ar assistido, com filtro…) e devem ser adotadas tendo em conta o meio ambiente laboral.
Proteção contra quedas
Equipamentos de proteção contra quedas destinam-se a pessoas que trabalham em alturas superiores a 2 metros e que correm o risco de sofrer um acidente.
Exemplo: cintos de segurança
Dentro dos equipamentos de proteção contra quedas estão alguns dos equipamentos que já nomeámos, como botas de segurança (para evitar que o trabalhador escorregue) e capacetes de proteção (para evitar trauma na cabeça em caso de queda), mas também – e principalmente – os cintos de segurança para sustentar o peso do corpo e os trava-quedas para ajustar o cinto de segurança em determinadas operações de risco de queda.
Como é que os EPIs podem reduzir ou até eliminar o número de acidentes na sua empresa?
Simples! Como os EPIs foram pensados para proteger os trabalhadores de forma individualizada, conseguem eliminar ou pelo menos reduzir riscos de acidente na sua empresa. Aqueles cortes nos pés, queimaduras nas mãos, quedas, dores de cabeça devido ao barulho ensurdecedor, entre outros problemas, deixam praticamente de existir se adotar equipamentos de proteção individual e garantir que os seus colaboradores os usam, claro!
Desta forma está a contribuir para a saúde e bem-estar dos seus trabalhadores e ao mesmo tempo está a evitar consequências negativas para as finanças e imagem da sua organização.
Para mais informações, leia também o nosso artigo sobre a importância da higiene, segurança e saúde no trabalho.
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Fonte: Portal das Pequenas e Médias Empresas
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