Pular para o conteúdo principal

Brasil entra na rota global da inovação com chegada do EmTech

Startupi

Brasil entra na rota global da inovação com chegada do EmTech

A MIT Technology Review Brasil anuncia a chegada do EmTech Brasil, versão nacional da principal conferência global sobre tecnologias emergentes. O evento será realizado nos dias 29 e 30 de setembro de 2025, no Tivoli Mofarrej São Paulo Hotel, em São Paulo, com o tema “Where Innovation Gets Real” (“Onde a inovação se torna real”).

“O EmTech Brasil 2025 é o ponto de encontro para quem está construindo o futuro. Nossa missão é trazer ao país as discussões mais relevantes sobre tecnologia emergente, conectando líderes e empreendedores ao ecossistema global do MIT e impulsionando o progresso”, afirma André Miceli, CEO e editor-chefe da MIT Technology Review Brasil.

Um palco global de inovação

Com mais de 20 anos de trajetória em cidades como Boston, Londres e Roma, o EmTech se consolidou como referência mundial por revelar os inovadores por trás das manchetes e promover debates sobre transformações que estão redefinindo negócios e sociedade.

Segundo Miceli, o objetivo da edição brasileira é colocar o país no centro dessas discussões.

“O EmTech Brasil chega a São Paulo como parte de uma rede global de conferências do MIT, trazendo para o país a mesma curadoria de alto nível que o consagrou em Boston, Londres, Roma e outras cidades. Nossa expectativa é consolidar o evento como o ponto de encontro dos líderes que estão definindo o futuro da inovação e da tecnologia no Brasil, com discussões profundas, foco em impacto real e conexões estratégicas”, conta.

A expectativa é reunir cerca de 600 executivos, com um público altamente qualificado: 53% formado por diretores, vice-presidentes e C-levels, além de heads de tecnologia, saúde, energia, negócios e finanças.

O impacto da IA nos negócios

Entre os destaques da programação está o painel Recalibrando o valor dos negócios na era da IA, que contará com a participação de Rafael Coimbra. Ele aponta que o setor de serviços será o mais impactado nos próximos anos.

“No passado, a indústria e agropecuária passaram por momentos de automatização. Agora, existe um outro lado humano, que não o da força física, ou seja, das ideias, que sente o impacto da IA generativa. Comércio, jurídico, RH, educação também são outros que sentirão esses impactos de forma mais imediata ao longo dos anos na minha visão”, conta.

Para Coimbra, é essencial que as empresas criem métricas além do retorno financeiro tradicional. “Estabelecendo métricas claras. Por exemplo, em processos: medindo a redução de tempo em tarefas. Ou critérios de qualidade. Melhorou com IA? Expandindo a criatividade, com produtos e serviços inovadores, muitas vezes melhorando a percepção da marca junto aos clientes”, explica.

Ele alerta para riscos importantes, como falhas de segurança na IA generativa. “Seja por ataques ou pela falta de controle do conteúdo. É preciso fazer ajustes internos para que o resultado esteja alinhado à empresa.  Custos também podem se tornar um problema, pois o consumo de IA tende a crescer quando não há planejamento estratégico”

Na visão dele, a tecnologia já influencia a forma de liderar e decidir. “Algumas decisões operacionais podem passar a ser automatizadas, por exemplo, com agentes de IA. Isso liberando líderes para desempenharem papel mais estratégicos. Um cuidado é com a cultura empresarial. Se houve substituição de profissionais entrantes por IA, no longo prazo, não haverá transferência de cultura”, afirma Rafael.

Apesar dos desafios, Coimbra acredita que o Brasil tem condições de criar vantagem competitiva.

“O Brasil dificilmente fará um LLM. Mas criar em cima do que já existe é bem mais simples se comparado a outras tecnologias. Logo o Brasil pode surfar na onda da IA generativa, não na base, mas na camada acima da tecnologia. Paralelamente, no quesito infraestrutura, o Brasil tem vantagem em hospedagem de datacenters pois a energia é farta e limpa. A IA consumirá muito poder computacional – e energia – exigindo expansão dos datacenters”, explica o executivo

Brasil diante do desafio da IA

Miceli reforça que o país vive um momento de interesse crescente, mas ainda precisa avançar na prática.

“O Brasil vive um momento de grande interesse em IA, mas ainda com um gap claro entre intenção e prática. As empresas já discutem o tema em fóruns estratégicos, mas poucas possuem uma estratégia formal e estruturada. Há avanços consistentes em áreas como experiência do cliente, automação e análise de dados, mas ainda é preciso evoluir em governança, capacitação e integração da tecnologia ao core busines”, afirma.

Segundo ele, o EmTech Brasil será o espaço ideal para esse amadurecimento. “O EmTech Brasil será justamente o espaço para aprofundar essa discussão, ajudando líderes a separar o hype do impacto real e a transformar IA em valor estratégico para os negócios”, conclui Micelli.

Programação e temas

A conferência terá seis eixos centrais: Negócios & Clima, IA & Saúde, Business Rewired, Beyond the Hype, Living Systems e Innovative Workplaces.

Os debates vão tratar de temas como IA generativa, código confiável, sustentabilidade com inteligência artificial, infraestrutura resiliente e medicina de precisão.

Entre os painéis confirmados estão:

  • Recalibrando o valor dos negócios na era da IA, com Nicole Baer (Carta) e André Miceli;
  • Innovative Workplaces 2025, com André Miceli e Allan Fonseca (Infobase Digital);
  • Data centers, IA e energia para a economia digital, com Hudson Mendonça (Energy Summit) e Alessandro Lombardi (Elea Data Centers);
  • Além dos LLMs e IA confiável, com Roger Spitz (Disruptive Futures Institute) e Michael D. Siegel (MIT Sloan);
  • Medicina de precisão e biotecnologia, com Camila Pepe, Alexandre Chiavegatto Filho (USP) e Manoela Albuquerque (MIT Technology Review Brasil);
  • Agrotech e varejo omnichannel, com Henrique Nomura (Solinftec), Gléverson Lemos (Embraer), Renata Marques (Natura) e Flavio Reis (Lojas Renner).

Para saber mais, acesse o site.


Aproveite e junte-se ao nosso canal no WhatsApp para receber conteúdos exclusivos em primeira mão. Clique aqui para participar. Startupi | Jornalismo para quem lidera inovação!

O post Brasil entra na rota global da inovação com chegada do EmTech aparece primeiro em Startupi e foi escrito por Cecília Ferraz



Continue Lendo: Startupi / https://startupi.com.br/brasil-rota-global-inovacao-emtech/

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A tokenização das finanças representa avanço na digitalização de ativos financeiros

Startupi A tokenização das finanças representa avanço na digitalização de ativos financeiros *Por João Fraga Primeiro, precisamos esclarecer que o Drex não veio para substituir o Pix. Pelo contrário, o Drex é uma moeda digital que faz parte da família deste. Conforme a leitura dos marketeiros do Banco Central, o “x” sinaliza um futuro que está associado à tecnologia, cujo acrônimo significa Digital Real Eletronic X. Este não é um meio de pagamento. E, sim, uma plataforma por meio da qual se realizam operações em grande escala como a aquisição de automóveis e a compra e venda de imóveis.  Ele é o real em sua forma digitalizada. Por este meio, mantém-se toda a confiabilidade e estabilidade da moeda. Entretanto, nesta versão digital, não existe uma cédula impressa. Esta é a própria moeda disponível em uma plataforma eletrônica, que vai ser controlada pelo Banco Central. As informações referentes ao dinheiro não ficam em um único computador, mas em uma rede que disponibi...

Mulheres que inspiram outras mulheres

Startupi Mulheres que inspiram outras mulheres A participação de mulheres no mercado automotivo tem avançado, refletindo mudanças estruturais em setores historicamente dominados por homens. A Kavak , plataforma de compra e venda de veículos seminovos, tem investido na ampliação da diversidade, promovendo maior inclusão em diferentes áreas da empresa. Atualmente, 35% dos colaboradores são mulheres, com 13% delas atuando em funções operacionais, como mecânica, detalhamento e logística. Mariana Uzuelli , head de pessoas da Kavak Brasil , destaca que a diversidade impulsiona inovação e crescimento organizacional. “A presença feminina fortalece a cultura da empresa, além de inspirar novas gerações a ocuparem esses espaços”, afirma. Entre os exemplos de profissionais que se destacam, está Daiely Souza , encarregada mecânica , promovida após três anos na companhia. Trabalhando diretamente na manutenção dos veículos, ela é uma das responsáveis pelo funcionamento do maior...

Desafios das adtechs para 2025

Startupi Desafios das adtechs para 2025 O mercado de publicidade digital passa por transformações significativas, exigindo adaptação das adtechs a novas regulamentações, avanço tecnológico e mudanças no comportamento do consumidor. Em 2025, a privacidade de dados, a integração de informações e o uso de inteligência artificial estão entre os principais focos do setor. Segundo Paula Freir , Sales Director da Siprocal , empresa especializada em soluções para publicidade digital, os desafios incluem novas estratégias para segmentação de audiência e mensuração de resultados. A eliminação dos cookies de terceiros obriga as empresas a adotarem estratégias alternativas para a coleta de dados. O uso de first-party data , integração com publishers e soluções como household sync despontam como opções viáveis para manutenção da eficiência das campanhas. Com o avanço das plataformas digitais, as adtechs precisam adaptar soluções para suportar novos formatos de anúncios e in...